Há 2 anos eu resolvi ir em busca de um sonho. E há 2 anos comecei a perder as pessoas que amo, e infelizmente só percebi isso hoje. Hoje eu percebi os sacrifícios de estar longe de casa em busca de seus sonhos, e que sim, nada é de graça. Há 2 anos tenho perdido meus avós, meus pais, minha garota. Se a vida é feita de momentos, eu não estou tendo momento algum ao lado de quem eu amo e assim vou perdendo a todos. Eu tive a felicidade de ter 3 meses de férias em casa, ao lado de todos eles. Dentro desses meses visitei a minha vó algumas vezes, não muitas já que ela mora em um cidade vizinha a que cresci. Mas de todas, a última visita é a que tem quebrado o meu coração. Nessa última visita eu fiquei sabendo de alguns problemas de saúde de minha vó, e em uma conversa descontraída eu disse que se ela não melhorasse alguns hábitos ela não me veria formado. Pedi que ela mudasse e vivesse por mais 4 anos pra poder ver o neto dela formado, ela riu e disse que sim, espero poder lembrar do seu riso. Que iria estar lá comigo, muito feliz. Fui embora e disse que voltava na semana seguinte para me despedir antes de viajar, e não voltei. Coloquei obstáculos em fazer a viagem. Mas pensei que no meio do ano voltaria a vê-la e poderia recompensar. Pois é, a vida não te permite cometer erros, não te permite fazer promessas e não cumpri-las, e esperar compensar depois. E quantas promessas eu tenho feito e quebrado. Não me despedi de minha vó, quebrei a última promessa que havia feito a ela, e sei que em breve irei perder minhas lembranças com ela, assim como tenho perdido as que tenho de meu avô. Porque essa é a memória que tenho, e as coisas são apagadas como a chama de uma vela jogada em um rio. Hoje eu perdi minha avó, que me mostrou como ser feliz em momentos tão adversos, e que me deu um dos maiores presentes que já recebi, sabendo perdoar os piores erros cometidos, e que ensinou a minha mãe essa atitude, e com quem aprendi esse gesto dos mais difíceis da vida. Hoje minha vó faleceu e eu estou a mais de 1500 km de casa, e não estou ao lado de minha mãe como estive ao lado de meu pai no dia que meu avô faleceu. E hoje me machuca não poder consolar minha mãe, e me machuca não ser consolado. Hoje não perdi apenas a minha vó, hoje perdi muito mais. É o único destino que nos une a tudo o que há no universo, porque ate as estrelas morrem.
Aqueles olhos
Que fossem negros
Que fossem cegos
Iam além do alcançável
Que fossem olhos
O alcançável
Era além da alma
Dois olhos fundos
Profundos
Sem mistérios
Eram apenas
Isso
E disso não passavam
Olhos
Sem mistério
E mesmo assim
com um segredo
Sagrados
Intocáveis
Sempre distantes
No horizonte
Na noite
Na mais densa noite
Eram mais que olhos
Não lembro de mais nada
Além deles
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Me ensina a não chorar mais
Já cansei disso
Eu estou feliz
Talvez seja esse o problema
Sabe?
Tanto sentimento
Implodindo dentro
Eu queria sentir frio
Mas me sinto tão bem
Apesar das lágrimas
Apesar das noites
Apesar de certas e outras coisas
Então me ensina como não chorar mais
Me ensina a ser assim
Mas é tanto sentimento dentro
Que acho que cada lágrima
Seja necessária
Deixar vazar um pouco
E não sofrer depois
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Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da
Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da
El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor
Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá
Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar
Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da
Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor
El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar
Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo
Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão
Medo de fechar a cara
Medo de encarar
Medo de calar a boca
Medo de escutar
Medo de passar a perna
Medo de cair
Medo de fazer de conta
Medo de dormir
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo… que dá medo do medo que dá
Medo… que dá medo do medo que dá
Composição: Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis
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Nunca mais joguei nenhuma música por aqui. A lista anda parada. Eu estou meio parado com a música, estou parado com os livros, estou parado com muitas coisas. Mas estou bem com as mais importantes, estou muito bem. Pra tentar voltar com o som por aqui, minha musa novamente [Julieta Venegas], cantando ao lado de nosso grande Lenine.
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Pedaço de chocolate
Abraço de vó
Amor de mãe
Carinho de pai
Sabiá cantando
Bem-te-vi acompanhando
A maré agitando
A onda quebrando
Iemanjá no mar
O riacho descendo
Iara chamando
Um arco-íris no céu
Chuva no teto
Batendo na janela
O último pedaço do bolo
aquele de brigadeiro
Uma vida que começa
e outra que renasce
Um sorriso de criança
Ter você perto
perto de mim
Absoluta
Felicidade
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Quando eu passo o dia inteiro
E todo dia pensando nela
Quando cada rosto
Conhecido
Desconhecido
No meio da rua
Me lembra o rosto dela
Sempre que me deito
E sinto saudade
Sempre que acordo
E sinto sua falta
Sempre que penso
E no meu pensamento
Vive o rosto dela
Sempre que estou triste
Mas sempre feliz por ela
Sempre que duvido
Desacredito
Mas sei que estou errado
E tenho fé nela
Sempre que caio
E levanto
Para poder vê-la
Novamente
Sempre que estou feliz
Não sei bem
Mas acho que isso é amor
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Meu pequeno anjo,
Estou trise, sabe? Talvez até chorando enquanto escrevo. Você deve estar se perguntando porque eu estou escrevendo, afinal você está tão perto. Você voltou. Eu ainda guardo as cartas que você me escreveu, e quando leio a primeira delas, e vejo você dizendo que está com saudades e me ama muito, eu choro mais ainda. E que bobo sou eu, escrevendo uma carta sendo que posso apenas falar com você, mas você apenas não me escuta mais, não me olha nos olhos, você entende?
Eu estou te escrevendo pois descobri que você só me ama por cartas, então, aqui está mais uma, a última. Em todas as suas cartas, quando você estava longe, você sempre dizia que me amava e me fez acreditar nesse amor. Mas entenda bem, eu não te amo. Sério, o que sinto não é amor, eu amo meus pais, meus irmãos, amigos, mas não você, e sei que você jamais entenderia, afinal o que sinto é maior que isso, bem maior que amor. Um sentimento que não tem começo e nem fim, não tem explicação, é puro, apenas existe. E sei também que você não sente o mesmo, não chega nem perto, nem sei se o que você sente por mim é amor. Desde que você chegou nunca me disse “eu te amo”, quando me viu depois de tantos meses longe, não ficou alegre, não esboçou felicidade, apenas apareceu normal, como se nunca tivesse ido embora, como se eu nunca tivesse derramado uma única lágrima de saudade. Me machuca até hoje, e acho que vai machucar sempre.
Eu estou realmente triste, essa é minha última carta por um bom motivo, depois que descobri que você só é capaz de me amar pela distância resolvi viajar, fazer uma viagem longa, o mais distante que um homem pode ir, é certo que eu não volte. Eu espero que quando te entregar a carta pessoalmente, ao menos dessa vez você me olhe nos olhos, eu ainda quero acreditar que você me ama, eu quero.
Adeus. Só posso dizer que te amo, afinal não criaram verbo ou qualquer palavra para o que sinto.
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– Eu poderia ficar aqui para sempre.
– Aqui? Onde?
– Aqui abraçado com você. Não consigo ser tão feliz em nenhum outro lugar.
– Você iria cansar logo.
– Jamais.
– Sério que você me ama tanto assim?
– Você dúvida? Se você dúvida, é porque não estou te amando o suficiente.
– Não! Eu não duvido, mas é díficil. Isso é demais para mim. Eu apenas tenho medo.
– Medo de mim? Ou medo de quê?
– Medo de você… me abandonar. Tenho muito medo.
– Eu deveria rir agora. Eu nunca vou te deixar. Estarei sempre aqui, do seu lado. Não se preocupe com isso, eu te amo demais, eu não consegueria te deixar, nunca.
– Promete?
– Não preciso.
– Então promete.
– Prometo. Estarei sempre aqui. Para amar e honrar, defender e proteger, desde o sol até a lua, de amanhã até amanhã.
– Não sãos suas palavras.
– Claro que são.
– Mentiroso, são do filme.
– Fiz delas minhas. Ei, acho que estou cansando.
– De mim?
– Não. De ficar aqui em pé. Vamos nos deitar um pouco.
– Te amo de agora até sempre.
– Eu sei. Nunca duvidei.
– Nem eu
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Já não consigo escrever
Tudo que faço
Parece tão falso
Por não alcançar,
o que sinto
Desse amor puro
Incompreensível
Mesmo que duvide
Eu te amo
E se meu silêncio te incomoda
Que não se irrite
Já não consigo criar palavras
Se te encaro por horas
Eu te amo
E não me canso,
de cada traço, linha
Ou sorriso, de nada
Minha ilusão
Me deixa ir longe
Mais que meus sonhos
E sei que um dia
Vou cair
Então segure minha mão
Me abrace forte
Me olhe de volta
Me faça rir
Por um minuto
E em todos os outros
Me deixe te amar
De hoje até o sempre
Acredite no que digo
Meu pequeno anjo
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Eu só quero meu Rock de volta
Sabe
Já cansei de chorar
E de sentir saudades
Eu te vi ontem
Mas você sabe
Eu te amo
Eu não queria
Não assim
Veja meu céu
Hoje ele estava azul
Mas eu estou com saudades
E vejo nuvens no horizonte
Meu copo de Jhonnie
Já meio vazio
Minha máquina de escrever
Sem pensamentos
Sem tinta
Minhas mãos cansadas
E tudo
Porque eu amo você
E você sabe
E eu
Só quero minha música
E,
não queria dizer
Mas quero você
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Tento ser diferente
Ser especial,
Alguém com quem
você se importe
Tanto quanto me importo
com você
Até menos
Mas me note
Se importe
Quero ser alguém
Que você ame
Como te amo desse
jeito
Incondicional
Talvez nem tanto
Mas apenas ame
Penso em ser um pouco mais
pra você
Penso ser isso
Desse jeito
Nem tento tão perfeito
Nem quero
Mas quero ser diferente
Só
Especial
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Queria quebrar a Primavera
Só para tirar um pedaço
E te dar
Só flores, são só flores
Em um céu cinza
No entardecer
Queria o vermelho do sol
E te dar um copo de alegria
Ser mais eu
Eu e você
Queria roubar aquela cor
Do arco-íris
Sua cor favorita
Queria ter você agora
Ou quem sabe um dia
Queria fazer um poema assim
Mas não posso
Meu mundo não é azul
Meu copo é de cólera
Meu entardecer é nublado
Mas eu queria
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Imagine-se consigo mesmo em um barco em um rio
com árvores de tangerina e céus de marmelada
Alguém te chama, você responde muito lentamente
Uma garota com olhos de caleidoscópio
Flores de celofane amarelas e verdes
Elevadas sobre a sua cabeça
Procure pela garota com o sol em seus olhos
E ela se foi
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Siga-a abaixo em uma ponte através de uma fonte
Onde pessoas de balanço de cavalinho comem tortas de marshmallow
Todos sorriem enquanto você é levado através das flores
Que crescem tão inacreditavelmente alto
Táxis de jornal aparecem à margem do rio
Esperando pra te levar
Suba na traseira com sua cabeça nas nuvens
E você se foi
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Imagine você mesmo em um trem numa estação
Com porteiros de massa-de-modelar com gravatas de espelho
De repente alguém está lá na catraca
A garota com olhos de caleidoscópio
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
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Tento não ser tão estúpido
Tento não pensar tanto
Tento sofrer um pouco
Tento chorar,
ver-me em pranto
Tento ser infeliz
Mas só consigo a pateticidade
Sendo tão patético
Sorrindo
Tento te acalmar
Te fazer feliz
E só consigo isso
Ser estúpido
Sabe que não acredito no amor
Sabe que não quero
o felizes para sempre
E só me maltrato
Farrapos
Sem alma sã
Confuso
Perdido
Sabe?
Só queria um pouco
Mas nem sei de quê
Só tento chorar
Tento ser infeliz
Mas não consigo
E nem ser feliz posso
Se existe um muro
Cá estou nele
Sem saber
O que sentir
Como de hábito
Confuso
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“Quando estamos quietos, nos damos conta de que alguém (ou alguma coisa) está procurando nos ensinar. Sempre que conseguimos parar nosso diálogo interior, algo de extraordinário termina acontecendo em nossas vidas. Descobrimos coisas que jamais pensamos conscientemente, mas que estão ali, prontas para nos ajudar. Entretanto, o difícil mesmo é conseguir atingir este silêncio – nossa cabeça vive ocupada com músicas, listas, coisas para fazer, preocupações, notícias de jornais, cálculos matemáticos sobre nossas possibilidades financeiras. Se conseguirmos deter este fluxo inútil de reflexões que não nos conduzem a lugar nenhum, tudo passa a ser possível.“
Li no blog do Paulo Coelho. Estou com a cabeça cheia dessas inutilidades, por isso sumi um pouco.
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Sabe? Viva
Só não espere a vida passar
Só não assista
Hoje meu pranto é esse
E duas décadas
Um quinto de século
Um milésimo do tempo
Uma vida inteira
Observe
Que sempre observei
Levante
Atitude
Faça
Não assista
Não desista
Se desiluda
Vá
Quebre
Quebre a cara
Erre
Esqueça essa vida
Pois ela não é novela
Viva
Vida
Como um carrossel
Sempre nos repetimos
Passamos pelo mesmo ponto
Faz dela dura
Mas bela
Carismática
Faz bem os que vão
Melhor ainda
Aqueles que ficam
Vivem
O carrossel
O ciclo
O fim
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Atemporal
Eu sou
Anacrônico
Na vida
Sem perceber
A vida passa
Sem suspiro, inspiro
Atônito
E não vivo
Sem viver
Afônico
Assim fico
Sem saber
Anormal
Sei quem sou
Sem afeto
A foice
Que me transpassa
É remédio, cura
Sou um deus
Sou um homem
Apotéotico
Sou insano
Na insensatez, há diversão
E nesse parque da vida
Brinco sem pagar
Afinal, seria sem fim
Mas não é
Alucinado
Esse eu
E quem quer
Quero o que ser
Seria quem sou
Queria eu o que quero
Ser quem não sou
A-
Acho que sei quem sou
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Nem sei o que quero pra hoje
Nem sei o que quero escrever pra hoje
Sabe, nem sei
Eu queria
Eu até queria
Mas nem sei se quero mais
Hoje eu acordei estranho
Queria não ter acordado
Talvez até queria ter acordado
Não queria ter ido trabalhar
Isso é certo
Disso eu sei
Mas do resto
Sabe
Nem sei
Hoje
Até parece um dia normal
Mas acho que não
Tem algo estranho
Nem deve ser nada
Ou vai ver é
Deve ser
Pode ser ruim
Bem
Meu bem
Mal nenhum me fez
Bem também não
Bom que ainda to aqui
Ruim seria não estar
Ou estar também já pode ser
Hoje eu estou assim
Nem sei
Só sei que tô
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“Não bastava criar o mundo; o deus aborígine Beeral também queria que ele fosse belo. Mandou então dois espíritos mensageiros de sua confiança, Yindingie e sua ajudante K’gari, transformarem a matéria-prima da criação em um paraíso. Fizeram um trabalho tão esplêndido que, ao terminar, K’gari desejou permanecer naquele lugar maravilhoso. Ela deitou-se nas águas cálidas de uma linda baía e adormeceu.
Enquanto ela dormia, Yindingie transformou o corpo dela numa longa e esguia ilha de areia cristalina, a maior ilha de areia do mundo. Vestiu-a com a mais luxuriante floresta pluvial, pintou sua pele macia e areada com um arco-íris e moldou uma cadeia de lagos, verdadeiras joias, para ser seus olhos a contemplar o céu. Encheu os ares de aves de cores vivas e, para que ela jamais se sentisse só, pôs na ilha uma tribo de aborígines: o povo Butchulla, que transmitiu aos descendentes a história da criação e em cuja língua K’gari passou a significar “paraíso”.”
Tanto essa introdução quanto as fotos a seguir foram retiradas do site da National Geographic Brasil. Foi uma matéria da edição 126, setembro de 2010. E fotos de Peter Essick. A ilha Fraser foi e ainda é inspiração para diversos artistas, entre pintores e escritores, motivo de encantos por suas belas paisagens e também de uma das primeiras grandes campanhas ambientalistas na década de setenta do povo australiano para por fim ao desmatamento e a exploração que a ilha sofria. O mais incrível na ilha, é que ela é uma ilha de areia, mais nada, e tudo cresce por lá sobre essa areia, que foi retida ao longo de anos (pensem em milhares e não em décadas). Uma ilha de areia com mais de 120 quilômetros de comprimento, 25 quilômetros de largura e dunas que sobem a 240 metros:
Mais fotos da ilha e matéria da NGBrasil podem ser conferidas aqui.
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– Eu durmo de sapatos porque tenho sonambulismo.
– O quê?
– Eu durmo de sapatos…
– Eu entendi. Sério?
– Sim.
– Nossa. E… por que você está rindo?
– Você é tão bobo e ingênuo. Acredita em tudo.
– Então você não dorme de sapatos?
– Não e nem tenho sonambulismo.
– Você é engraçada.
– E por quê?
– Por nada.
– Tem que ter um motivo você não acha?
– Olhe. Berinjelas. Quem come berinjelas? Você come?
– Eu não. Por que eu sou engraçada?
– Porque é. Vou pegar uns tomates. Quero fazer um Gaspacho hoje.
– Eu não quero. Pegue batatas, quero comer batatas grelhadas.
– Você já reparou, que em tudo você é oposição?
– Eu quero que você me diga o porquê eu sou engraçada.
– Você ainda está com isso na cabeça? Pense que qualquer coisa que eu falar agora é só para você ficar quieta Ana.
– Você está me irritando. Não vou mais te ajudar com sua feira. Gaspacho? Quem faz isso?
– Tudo bem. Pode ir embora. Ainda vamos ao cinema hoje?
– Que tal você ir sozinho? Muito me agradaria.
– Tudo bem.
– Eu estou tentando discutir com você e você diz tudo bem. E eu sou a engraçada?
– Eu sou o bobo. Você lembra Ana?
– Nem sei o que faço aqui. Só te conheço a cinco semanas. E já estou te ajudando com a feira.
– A vida é engraçada Ana.
– Ou eu sou engraçada?
– Não fique tão estressada.
– Sou engraçada e estressada? Você me estressa John.
– Meu nome é João. E não John.
– John é mais bonito.
– Eu gosto de João.
– Você se irrita quando te chamo de John? Estou te irritando John?
– Não. Só que gosto mais de João, mas pode me chamar de John.
– Você não se irrita com nada mesmo. Eu vou embora, porque em oposição, como você disse, eu me estresso.
– Tudo bem. Até mais Ana.
– Você vai que horas?
– Vou?
– Me buscar seu bobo.
– Eu pensei… Eu chego às oito. Pegamos a sessão das nove. Tudo bem?
– Tudo. Até mais.
– Ao menos um beijo Ana?
– De noite vemos isso.
– Você é engraçada Ana.
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Mãe Terra, você é o meu sistema
de suporte de vida…
Como um soldado devo beber
sua água azul,
viver em seu ecossistema
e comer a sua pele verde.
Ajude-me a encontrar meu equilíbrio…
como você equilibra a
Terra, o mar e o ambiente.
Ajude-me a abrir meu coração…
sabendo que o universo o
alimentará.
Rezo para que minhas botas
sempre beijem o seu rosto…
e que meus passos unam-se a
seus batimentos cardíacos.
Cure meu corpo através
do tempo e do espaço.
Você é a minha conexão com
o universo e tudo o que vem após,
e eu sou seu e você é minha.
Eu saúdo você.
Publicado em Cinema, Texto Livre | Etiquetado Cinema, filme, homenagem, homens que encaravam cabras | Leave a Comment »
Nem preciso de muito
Muito pouco pra mim
Acho suficiente
Preciso de você
Mais perto, aqui
Preciso sonhar mais
Pra ser feliz
Nem preciso tanto
Um pouco de pranto
Um tanto pronto
Não é difícil
Quero ser feliz
Mesmo sozinho
Ou junto pode ser
Com ninguém, tanto faz
Ser feliz é fácil
Preciso só
Preciso mais
Não quero ser o melhor
Só quero ser melhor
E quero você
Mais perto
Sentir saudade
Não me faz feliz
Preciso também
De uma barra de chocolate
Um pedaço do arco-íris
Um beijo de boa noite
Toda noite
Uma história de dormir
Todo dia
Um abraço
Mas no fim
Pra eu ser feliz
Preciso te am….
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Eu tenho um amor imenso por esse personagem, um sim, não podemos separar Calvin e Haroldo, é impossível. O meu personagem favorito, e sua complexidade vai além da velha frase “um garoto hiperativo e seu tigre”. E esqueçam também o “tigre de pelúcia que ganha vida na mente do menino”. É muito maior que isso. Eu não trataria o tigre que só o menino vê, mas sim o tigre que os outros não conseguem ver. Eu sou ruim com as palavras, e tentar explicar Calvin e Haroldo, me parece tarefa árdua e impossível, separei alguns quadrinhos, não pensem que separei pelos melhores ou pelos que eu mais gosto, não consigo gostar mais de um ou de outro. Abaixo terão tiras avulsas que tentam representar bem os dois, coloridas maiores e sequenciais que formam pequenas histórias. Bon Appétit [pra quem resolver ver muito mais o Depósito do Calvin é o melhor e mais dedicado blog do Brasil, uma pena estar um pouco parado, mas o arquivo é muito valioso]:
Essas próximas são maiores ou então são as sequenciais que arrumei tudo em uma imagem só, ficaram maiores do que o espaço aqui então é só clicar em cada uma pra ver inteira e ampliar com a lupa. Vale muito a pena.
Vou finalizar com essa incrível e emocionante história, se não clicaram nas anteriores, ao menos essa aqui é obrigação.
Publicado em Imagem, Texto Livre | Etiquetado calvin e haroldo, diversão, quadrinhos, tiras | Leave a Comment »
Ontem fui ao teatro, e assisti a uma apresentação de um colégio aqui da cidade [que início ruim, mas nunca sei começar essas críticas] . Antes de mais nada, retirem qualquer forma de preconceito da cabeça de vocês, “colégio é?” “amadores?”, sim senhores amadores, mas não significa que fizeram um trabalho ruim, e até pelo contrário, fizeram um trabalho fascinante. Todos sabem como funcionam apresentações de colégio, além de muito barulho, cada turma faz sua parte no palco. O tema “Sete Pecados”, muito bem escolhido, com prazerosas e inúmeras possibilidades de trabalho. Nesse momento tento me lembrar da ordem exata, e peço desculpas caso infortunamente eu me perca. O primeiro pecado apresentado foi a Gula, com duas coreografias. A primeira parte, acabou sendo fraca, mas não por culpa das crianças, e sim por culpa do[a] coreógrafo[a] responsável por eles, trabalhar com crianças é fácil, eu trabalhei diversas vezes, mas ontem a noite vi crianças perdidas e colocadas no palco de tal modo que as que estavam atrás, por pouco não saiam de cena. Na segunda parte, com uma música hardcore do “The Flanders” banda que muito me agrada, tiveram uma apresentação muito boa, se eu desse estrelas por aqui esses meninos receberiam três estrelas. Já estou percebendo que esse post será longo. Paciência. Na sequência [na minha cabeça] apresentaram o Orgulho, e devo dizer que fiquei fascinado com a ilucidez em certos momentos, souberam aproveitar duas bailarinas da turma e com alguns passos básicos deixaram a apresentação muito bonita, teriam recebido cinco estrelas minhas caso tivessem parado antes de gritarem “olé”, desse momento em diante caíram de produção, então quatro estrelas, fiquei admirado com o momento em que fizeram o público participar. A terceira apresentação [ou foi segunda ou quarta, memória muito ruim mesmo] foi a Preguiça, o pessoal trabalhou bem o tema, nem tenho muito o que dizer, fizeram o feijão com arroz, exageraram um pouco no final, quando saíram do tema Preguiça para o tema Sonhos, ficam com três estrelas também [falei pouco, mas tenho que economizar palavras, está ficando muito grande mesmo]. E chegando a apresentação do pessoal do Ensino Médio, aqui sempre a parte mais esperada, são mais maduros [e nesse momento, podemos chamar essa turma de ensino médio]. E a primeira coreografia desse momento, nos diz o contrário, foram regulares, não souberam explorar bem os itens da Avareza, foram simples do jeito que não se deve ser, no final ao citar Collor e a poupança do povo, eles riram de um personagem em cena, a meu ver, riram do povo, a Wall Street seria uma citação melhor. Na terça, comentei com minha amiga [a que me convidou para ir] que alguns erros são aceitáveis, afinal são crianças, outros erros não são, e essa turma não foi bem, foram muito basicões , então duas estrelas e beijo. Logo em seguida foram os verdinhos, com a Inveja, usaram muito bem os símbolos, tanto a cor quanto o banho de folhas para afastar o mau-olhado. Eu realmente gostei desse pessoal, mas pecaram em alguns pontos, como a exaustiva repetição de muitos itens, sinto se dou três estrelas, mas pensem bem, crítico não para que fiquem tristes e pensem que nunca mais farão isso novamente, crítico para que leiam, façam um meio-riso na boca e pensem “na próxima serei melhor”. A penúltima apresentação, e minha favorita da noite, foi a Ira, exploraram muito bem o pecado, colocaram objetos em cena, como a rosa, de maneira inteligente, usaram bem as cores, e mostraram muito bem o lado fera que a ira nos transforma, o único cinco estrelas da noite. A noite é finalizada com a turma do último ano, experientes, maduros, prontos para a vida acadêmica, o momento mais esperado, e… e nada espetacular. Foram muito bem, sério muito bem mesmo, só que, como eu disse, último ano, eu esperava sair com os olhos mareados, por um perfeita obra. Mas pecaram com a Luxúria, imaginaram que cuecas e lingeries com a cor da pele dançando seria suficiente se acompanhados com vestidos curtos. Pessoal uma freira, com uma bata da sola do pé ao céu da cabeça pode ser sensual e remeter a luxúria. Vocês poderiam ter ido muito mais além, poderiam ter sido [poderiam ter sido, me parece tão errado, mas fica assim mesmo], poderiam ter sido mais ousados. A luxúria, o melhor dos pecados, não pode ser representada apenas por tentativas frustradas de danças sensuais, vai mais além, na atitude. Não se aborreçam com meus comentários, pois ainda acho que foram bem, verdade que se tivessem usado melhor a figura do Diabo, teriam sido melhores, e ficam com quatro estrelas minhas. Eu ia entrar em mais detalhes sobre a falta de educação das pessoas, que insistiam em me incomodar a todo momento levantando e andando de um lado para o outro, e sobre não ter gostado dos dois apresentadores, nenhum pouco carismáticos, deslocados da situação, ou falar que o som estava desnecessariamente altíssimo, sabendo que o teatro é um local fechado e com uma boa acústica. Os alunos foram fantásticos, a coordenação e os professores, podem e precisam melhorar nesses eventos. No final, eu amei tudo, foi fantástico, parabéns a todos.
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A tirinha do último diálogo. Estou preparando algo maior, hoje a noite eu postarei.
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Calvin: “Haroldo, o que você acha que acontece quando a gente morre?”
Haroldo: “Eu acho que a gente fica tocando saxofone num cabaré só pra mulheres em New Orleans.”
Calvin: “Então você acredita em paraíso?”
Haroldo: “Chame do que você quiser.”
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“Era uma vez…havia um lago.
Ele ficava nesta cidade.
Nós costumávamos pescar, nadar
e navegar nele.
E…em um novembro,
um grande bando de patos…
veio e pousou nesse lago, e…
e então a temperatura caiu tão
depressa que o lago…congelou de imediato…e…
os patos, eles…
voaram e levantaram o lago com eles.
E agora…dizem que esse lago está em
algum lugar da Geórgia.
Imagine só.”
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Animação muito legal, super bem feita. A página da galera que fez: no Vimeo. E o blog: no Blogspot. Não vou entrar em mais detalhes sobre o enredo ou os personagens apenas apreciem [de preferência em tela cheia e HD].
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Não que me importe com nada
Afinal
Nada mais me importa
Estar morto
É estar feliz, e há quem duvide
Mas é bom assim viver
Sim viver
Posso até ser morto
Mas me sinto muito vivo
A diferença?
Nem preocupações tenho mais
Os vivos de verdade que por mim chorem
Pois o que faço agora é só rir
E há também quem duvide
Que mortos sorriem
Basta encarar a cara de paspalho desde defunto
O mesmo que vos fala,
e por nisso falar, nem preciso me incomodar
Com o Português
Com as contas
Aquele freguês
Ou aquele que me cobra
Mas nem tudo são flores no caixão
E nem trocadilhos infames
O chato é o membro fálico ou pau
Que por cá está flácido
E não faz questão de levantar
Mas sabe de uma? Nem eu faço
Fez o que podia vivo
Então até ele merece descanso
Mas ironias não faltam
Pois enquanto o falo mole, o corpo duro
Êita!
Que também tem essa coceira
Danou de coçar atrás da orelha
E lá não alcanço
Em verdade não alcanço mais nada
Sabe que nem bem comecei
Mas já estou me cansando dessa vida
Essa vida de morto
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Faltei por aqui esse fim de semana, mas por um motivo, uma viagem até Salvador. A viagem por um motivo melhor ainda. O ponto alto da minha semana, maximus. “O Barbeiro de Sevilha”, primeira ópera da Cia. Brasileira de Ópera. Foi fantástica, desde a interação dos atores com a animação que rodava no telão ao fundo [que eu já esperava], foi cômico ver personagens tão caricaturados, eu não imaginava que uma atriz pudesse andar mexendo os quadris como se fosse um desenho animado. Ou ver os atores fazendo exatamente gestos que só vemos em desenhos. E por falar nos atores todos fantásticos. O melhor espetáculo que já vi. Então palmas e diversos bravos para o maestro John Neschling, maior responsável por tudo. Eu assisti a apresentação do sábado no Teatro Castro Alves, e cheguei um minuto atrasado [resultado de uma viagem cansativa] e já havia começado, fiquei extasiado com a pontualidade, algo que não tenho visto em minha terra natal.
Mudando de parágrafo [coisa que não tenho o costume de fazer aqui], o meu minimus da semana aconteceu um dia antes, quando fui assistir ao show de Lane Quinto. E com minha maior sinceridade, não sei quem a senhorita Quinto pensa que é para tratar o público com o imenso desrespeito e nos fazer esperar por mais de setenta minutos, para uma apresentação apenas razoável. Pois em nenhum momento presenciei nada foram do simples comum, uma cantora com a mesmice de outras milhões que vivem no anonimato [cantoras de chuveiro]. E gostaria de dizer também que o samba, cara senhorita Lane, é muito maior que dois passos e um pulinho para frente. É necessário galgar mais alguns degraus para poder cantar Cartola ou Noel. O voluptuoso decote de sua back vocal chamou mais minha atenção que a voz da protagonista. A banda estava boa apesar de alguns momentos desarmônicos. Saí inclusive antes do fim, pois já havia perdido minha paciência em esperar por mais de uma hora o inicio do show.
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Ela pegou o celular e jogou na parede com toda a força que tinha e mais um pouco. Ele perdeu o celular.
– Precisava disso? Acho que não era necessário.
– Tinha um foto dela. Dela! E não uma minha.
– Você não estava lá no momento. [Ela lançou um olhar de fúria como se desejasse que naquele momento Eduardo ardesse em vermelhas chamas]
– Como você ainda consegue fazer piadinhas? Você é um monstro!
– Ana… [ele calou-se, realmente não tinha nada para dizer]
– O quê? Vai negar? Você é um trapo. Não quero te ver nunca mais.
– Eu não queria que essa conversa acontecesse assim.
– Essas conversas serão sempre assim. Você fazendo piadas, enquanto me vê chorar. Você é um estúpido.
– Cale-se Ana. Eu estou tentando manter a calma, não quero discutir.
– Me calar?! Quem você pensa que é. Você me traiu, comprou presente para ela no dia do nosso aniversário. Você é desumano. Eduardo não tente consertar nada. Nem arranjar explicações. Não existem explicações.
– Por favor. Eu não quero sair assim. Não quero que acaba desse jeito.
– Quer acabar como? Você quer que eu te perdoe? Você quer que eu aceite tudo rindo como uma palhaça? Você quer me ver sendo a boba da corte? Canalha!
– Não grite tanto. E nem ofenda tanto.
– Qualquer ofensa que eu lhe dirija é pouco para o que você é. Quinze anos Eduardo, não são quinze semanas. Você nunca se importou comigo mesmo. Casou-se nem sei porque.
– Ana! A culpa é sua Ana. Será que não percebe que você estragou tudo? Você é responsável por tudo isso. Você não me deixou mais viver, era tudo para você e por você. Aquilo não era vida.
– E por que não foi embora? Seu canalha. Você poderia simplesmente ter ido embora. Mas você quis me trair antes. Não existem desculpas. Você não está nem arrependido.
– Ana eu não queria ir embora para não te ver sofrer.
– Eu sofrer com sua ausência? Quem você é? Um rei? O Papa? Por mim você que se foda Eduardo. Se foda! Saia logo. Eu não quero mais conversar.
– Não faça isso. Eu te…
– Me ama? Me ama?! Nem ouse seu imbecil. Já não basta como estou?
– Então eu vou embora. Amanhã peço ao Pedro para buscar minhas roupas.
– Não se preocupe com isso.
Ana levantou foi até o quarto, abriu as portas do guarda-roupa, abriu a janela. E jogou tudo o que podia pela janela do sétimo andar. Tentou jogar mais, ele não deixou. A abraçou. Ela chorou. Ainda o amava. Ele não suportava mais aquele sofrimento.
– Então vou abandonar ela. Quero ficar aqui com você Ana.
Ela afastou-se de Eduardo. O encarou e acertou um tapa, com toda a raiva que tinha.
– Não tente fazer isso. Vá embora agora. Vai embora!
Ele não entendeu. Apenas levantou e fechou a porta que ficou para trás.
– Canalha, canalha. Como ainda ousou querer voltar. [Ana deitou e chorou aquela noite, e a noite seguinte.]
O Sol nascia. O relógio não marcava seis ainda. Ela já estava acordada. Sentia-se leve, aliviada. Esboçou um sorriso, mas logo desistiu. Sabia que agora tinha uma vida nova e muita coisa para fazer. A primeira. fez ali no quarto. De joãozinho na cabeça, Ana começou o primeiro dia, daquela nova mudança.
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Ontem eu assisti ao concerto do Quarteto de Brasília, com composições de Guerra-Peixe e Claudio Santoro [Música Brasileira do século XX]. Eu amei o Guerra-Peixe, a história dele com a música popular brasileira e o folclore nacional resultou em belíssimas obras, como o Canto de Iemanjá [se não me falha a memória o nome é esse e tenho procurado exaustivamente na internet e não tenho encontrado] ou composições não tão nacionalistas, mas fantásticas como o Allegretto com moto [Quarteto nº 2]. O Santoro também é magnífico, só vou dizer uma coisa, foi regente dessa galera: Filarmônica de Leningrado, Estatal de Moscou, RIAS (Berlim), ORTF (Paris), Ossodre (Montevidéu), Beethovenhalle Bonn, Sinfônica da Rádio de Praga, Filarmônica de Bucareste, Pro Art (Londres), Île de France (Paris), Sinfônica da Rádio de Leipzig, Sinfônica de Magdeburg, Filarmônica de Varsóvia. Sobre o grupo Quarteto de Brasília, chegaram até a cidade através do projeto Sonora Brasil, do Sesc, e após as apresentações os grupos participam de um bate-papo com o público, e o grupo foi extremamente atencioso conosco, são artistas de uma qualidade única. Vou deixar vocês ao som do Allegretto com moto já citado, música que me levou a adquirir dois cd’s do quarteto.
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Entendam bem, não é falta de criatividade e nem preguiça. Mas é que, eu gosto de pegar esses textos mais antigos e repostar. Mas apenas os que eu gosto, esse mesmo foi o primeiro poema que lancei direto no blog, e até hoje é o poema que mais gosto. Depois que trouxe do outro blog para cá o conto de vampiro, resolvi trazer do passado esse poema. Engraçado que logo eu, que digo sempre que o lugar do passado é lá atrás, e devemos viver apenas o agora, trazer esse enterrado para cá, felizmente tenho uma boa desculpa, as palavras são eternas [super clichê agora]. Versos mudos:
E tiro da solidão alguns poucos versos
Talvez versos tristes
Talvez apenas sozinhos
Ás vezes nem versos são
Ás vezes também nem rima tem
E as rimas choram
E por dentro o coração sente
E por fora os olhos mostram
E tudo é tão estranho
Tão diferente
Tudo muda
Então mudo eu
Mudo fico
E a solidão que anestesia
Faz doer
Faz chorar
E então me acostumo
Não se caem lágrimas
Não se abrem lábios
Não se mostram risos
E fico mudo de novo
Não falo
Escrevo
Com sentimento
Sem sentimento
Consetimento para escrever
Para me mostrar em versos
Eu versus eu
E então não escrevo mais nada
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Como naquelas horas
Quando as horas não passam
Amores vãos vão
Ficam os estilhaços
O sangue derramado
A ilusão aprendida
Se é que se podem aprender as ilusões
Ao menos dos erros tenho lição
Nunca mais abrir-me
E permanecer calado
Se falo demais
Sinto
Sempre fui quieto
E prefiro assim
Sem palavras na boca
Sem erros
Sozinho
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“O céu deve ser chato pra cacete. E o inferno, se tivesse mulher e birita não tinha a fama que tem.”
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– Amigo, está com cara de bobo.
– Sinto mas não posso evitar. Você sabe.
– O que sei é que não passas de um covarde. Vai lá e diga a ela. Se não for, vou eu e me declaro. Tenho certeza que se enamoraria por mim.
– Você jamais faria isso.
– Tem certeza? Já não consigo te ver assim, bobo e deprimido. Um completo estúpido. Ainda não sei como consegue se apaixonar tantas vezes. E em todas elas ficar calado.
– Pois você não sabe o quanto dói. Já não consigo fazer mais nada. Apenas deitar e imaginar. Consigo tocá-la e beijar-te a boca. Começo a despir cada peça que está usando, e a admiro, jamais a possuo, não me pertence. Me levanto e vou tomar um banho, me sinto imundo a cada manhã que acordo, me sinto cansado por cada madrugada que perco acordado. Me sinto mais que estúpido por ter tanto medo.
– Ainda bem que sabes. Que estúpido é pouco.
– Você não ajuda muito.
– Acho que ajudo até demais.
– Estou enlouquecendo já. Meu tempo parou. Meu Sol já não nasce, e a lua é eterna. Junto com a noite.
– Então agora queres ficar louco? Fica de uma vez por todas.
– Você sempre gostou dos loucos.
– Os loucos são sábios, que entenderam a vida e conseguiram fugir da realidade.
– Não sei quem é mais deprimente eu apaixonado ou você desacreditado de tudo.
– Com certeza você. Eu ainda continuo a viver.
– Vivendo sem amor amigo. Sem amor não é vida. Você apenas existe e ocupa um lugar que não mais te pertence.
– Mas nem você vive com amor.
– Como não?
– Quer me dizer que a cada ano ama uma diferente? Isso não passa de paixão, e das mais vagabundas.
– Agora me ofende?
– Desculpe não foi minha intenção.
– Sem problemas, também já não ligo para essas suas palavras. Você nunca amou, não sabe o que é.
– Nem preciso. Posso ler em sua face. E acho estúpido, já disse. Prefiro ser racional do que um parvo.
– Você é pior do que eu. E acha que é melhor?
– Não acho, mas sei que pior não sou.
– Você ainda tem aquele álbum de fotografias?
– Qual deles? Tenho tantos.
– O álbum que ela aparece.
– Ha! Sim. Engraçado, procurei esses dias, me lembrei de um moço muito bonito do álbum, e tive a impressão que o vi a passear na orla semana passada.
– E?
– O álbum? Não achei. Nunca perdi nenhum. Mas esse não tenho a menor idéia.
– E o estúpido sou eu?
– Oras! Desse jeito terminamos a conversa aqui.
– Você me ofendeu por duas vezes, e se incomoda com um simples sarcasmo?
– Sarcasmo?
– Você é que está sendo agora.
– Não posso evitar, sabes que me divirto.
– Sabe que eu não te entendo.
– E nem eu a ti.
– Não sei como conseguimos ser tão bons amigos.
– Nem sei quando começamos a ser. O importante é que somos.
– Nunca te disse, mas te amo.
– Nunca precisou dizer.
– E tu?
– O que tenho?
– Não vai dizer nada?
– Nem pretendo.
– Às vezes você consegue ser bem insensível. Sabe, acho que vou falar com ela.
– Finalmente um pouco de coragem nesses ossos.
– Nem sei como começo. De uma coisa você tem razão, sou um covarde.
– Esqueça aquilo parvo. E apenes comece, pois tudo acontecerá.
– Sabe que a primeira vez que eu ouvi parvo, imaginei que fosse um elogio.
– Muito me diverte.
– Então. Tenho que ir.
– Boa sorte.
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Use a internet, crie um blog, escreva. Informe e informe-se. Envie carta, escreva. Fale, grite. Atue, minta ou diga a verdade, crie. Expresse-se. Não importa, mas comunique-se. Vivemos num momento unico para a comunicaçao, vivemos em um mundo onde tudo e todos estao conectados. Nunca foi tao facil noticiar ou ser noticiado. Vivemos a chamada “Era da Informaçao”. Verbalize, substantive, adjetive. Use e abuse de pronomes, proverbios e adverbios. Seja incoerente e incoeso. Invente palavra, seja neologista. Seja blogueiro, escritor, jornalista, ator ou outra pessoa qualquer. Nao importa sua idade, formacao educacional, seja idoso e so comecou a aprender a ler ontem, nada importa, apenas comunique-se. Aprenda, junte palavras e expresse pensamentos, ideias e ideais. Leia. A maior utilidade do idioma, seja escrito ou falado, foi e sempre sera uma: comunicar. Nao pense que esta escrevendo ou falando errado, nao se preocupe se escreve apenas em internetes, baianes ou gauches, a regionalizaçao faz parte da cultura. Problemas e pobremas nao sao diferentes. O entendimento que existe na comunicacao importa, veja esse texto que mesmo nao tendo acentuado nenhuma palavra, ele esta compreensivel e apesar de eu ter criado outras, continua entendivel. Entao comunique-se, o importante é [primeiro acento] entender, sem complicar.
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Semana passada eu assisti ao filme “Cerejeiras em Flor”, um filme sensível, com duas ou três excelentes cenas, mas no geral apenas razoável. Mas o ponto principal não é o filme, mas um dos temas presentes no argumento, a dança butô. Unindo a arte dramática à dança, nos propicia um espetáculo maravilhoso. Com a alcunha de dança das sombras, ela nasceu no Japão, fundada por Tatsumi Hijikata juntamente com Kazuo Ohno. Kazuo foi um artista sem precedentes, acima de talentoso, foi genial. Abaixo um trecho do filme. E logo depois dois vídeos do mestre Ohno.
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E pra iniciar a lista brasileira das melhores músicas, segundo críticos [e nessa primeira música, tem também minha opinião], vamos com Chico Buarque. Com certeza a melhor música brasileira de todos os tempos, e a melhor música de Chico. Não é a finalista de 1967, Roda Viva [essa é só segunda melhor, lembrando sempre, na minha opinião]. A música é Construção, todos, ou pelo menos cem por cento de vocês devem ter ouvido pelo menos uma vez na vida, e ouviram e não se lembram. Construção de Chico Buarque:
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“Me chamo Pedro. Tenho 42 anos, sou escritor, e a alguns meses atrás iniciou em minha vida uma quantidade de eventos que me transformou completamente. No dia 8 de julho do ano passado, eu estava terminando a sequência do meu romance de maior sucesso…”
Levantou, rasgou a folha e a jogou no lixo. Não era um bom início de livro, ele achava, que era pior ainda, era um péssimo começo. Sua carreira e vida dependiam desse romance. Ele não entendia o que estava acontecendo. Em um ano considerado o melhor autor de sua época, único original, e no ano seguinte, o ano que estamos, sem idéias, nem nada para um novo livro, e já em decadência. Já marcavam quatro horas e alguns minutos no velho relógio de parede do escritório.
Felíca levantara-se da cama e caminhou até o pequeno cômodo. Era uma mulher bonita, não tinha chegado aos trinta anos ainda, usava uma delicada lingerie branca, um pouco transparente. Ele não dormia bem, preocupado com o trabalho, ela não dormia bem preocupada com ele.
– Esqueça essa folhas, pelo menos até amanhecer e venha deitar. Faz um pouco de frio hoje, não quero ficar sozinha. Venha.
– Só mais alguns minutos.
– Você já esta aí a horas. Não adianta nada, uma hora alguma coisa surge.
– Então quanto mais tempo eu ficar aqui, melhor. Mais chances dessa idéia me visitar – Ele já estava obcecado e era o que mais a preocupava.
– Vou deitar sozinha então. Por favor venha.
– Logo eu vou.
– Logo não, venha agora.
Ela não teve resposta. Virou-se e voltou para o quarto. Queria chorar, pois estava muito infeliz, mas adormeceu, muito cansada.
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Eu começaria esse “bate-papo” com a descrição do que é um monólogo, mas procurando por uma boa definição, descobri que nos poemas também existem monólogos, e uma surpresa ao saber que alguns poucos dos meus poemas são poemas monólogos, e que muitos dos poemas de uma amiga [Contrastes] são monólogos, poemas com essa estrutura de discurso e pensamentos que tenho feito. Eu gosto desses momentos mais livres, apenas escrevendo sem pretensões ou procurando ser agradável, da primeira vez que escrevi desta maneira fui até bem desagradável, recebi críticas de alguns amigos por ter sido radical com as minhas opiniões, mas eu gostei do que escrevi, gostei do que escrevi e como escrevi. Outro assunto é a lista da Magazine Rolling Stones, com as 500 melhores músicas de todos os tempos, listas são sempre complicadas, e bem claro que nessa lista não consta em nenhum momento minha opinião, a lista já é um pouco antiga, e o que eu tenho feito aqui além de apenas exibir a lista, é exibir música por música e com um comentário sobre elas, menos as músicas do Beatles, afinal não precisa de comentários, são os Beatles. Todas as músicas dos “garotos de Liverpool” que eu postei por aqui são da lista, seguindo a ordem, claro. E falando em listas eu queria exibir por aqui a lista de músicas brasileiras feita pela mesma revista. Estou com planos de ficar intercalando a lista das 500 [onde não temos nenhuma brasileira, na verdade temos apenas música do idioma anglo-saxão] com as músicas brasileiras, todos os dias postando uma delas. E continuar com uma postagem diária de poemas ou pequenos contos. E um terceiro post no estilo que fiz sobre a arte da dupla “6emeia“, sobre variedades, e óbvio mais voltadas as artes. Como deu para perceber esse monólogo foi somente para expressar idéias pequenas para dar uma levantada nas postagens por aqui, e não fazer como no início do ano, quando fiquei quase cinco meses sem postar nada. Finalizando sem polêmicas e nada do tipo, de forma agradável. Só mais uma coisa, talvez eu esteja errado sobre os poemas monólogos, mas todos erramos.
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Enquanto escuto o vento
Sussurrar seu nome para dentro de mim,
Enquanto vejo a chuva cair
E lembro de suas lágrimas
Aquelas de felicidade
Me recordo de nossos devaneios
Coisas tão passageiras
Que só hoje é que percebo
Que nada aproveitei
De cada minuto sem importância
Varrido para o passado
Pelo tempo
Jogado as traças
Como as fotos que guardava
E quando penso, sofro
Lembro,
E menosprezo
Essas malditas traças
Que corroem a memória
Mas não me levam junto
E como da vida
De tudo se tira lição
Do amor eu tirei a minha
Não passa de ilusão
E cético, desacreditado
É que vivo
Sem amor
Feliz
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Leonardo Delafuente e o Anderson Augusto (conhecido como São) são paulistas. E juntos fazem uma arte que só tem ganhado aplausos tanto de brasileiros, como, principalmente, de estrangeiros e constantemente são convidados para exibições no exterior. Ambos são grafiteiros e assinam como “6emeia”, assim mesmo a mesma assinatura para os dois, como se fossem um. Suas obras são um espetáculo que revitalizam a cidade de Sampa. Eles usam o meio para criar os desenhos e o meio é principalmente bocas de bueiro. Tem causado o impacto que eles desejam, através do não-convencional. E chega de tititi, abaixo tem seis fotografias dos grafites e os links para a página deles no Flickr e o site oficial.
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“Nada importante. Continue andando.”
“Mas já nos seguem por todo o caminho, me deixam incomodado.”
“São apenas sombras de um passado, irreais.”
“Irreais?! As coisas que não existem são irreais, como podem não existir se posso ver.”
“São espíritos que já esqueceram de sua humanidade. Sabem apenas seguir os vivos. Principalmente os infelizes.”
“Por que?”
“A lágrima é sua unica ligação com o que eram antes. Homens arrependidos no leito de morte, mulheres viúvas que perderam os amados na guerra, crianças crucificadas cruelmente e deixadas para uma morte lenta, mães suicidas que não suportavam ver seus filhos sofrerem, reis sem reino. A última coisa que todos fizeram foi chorar e se prenderam a essa mundo. Então são sombras do que já não existe, e assim não compreendem sua própria existência.”
“Que triste.”
“Eles também não entendem isso. Não entendem nada. Ei, melhor não chorar.”
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Ali sem nexo
Anexo
A nada
Desconstruído
Destituído
Perdeu sua humanidade
Sua sanidade
Vulgarizado
Sem sociedade
Marginal
No meio desse tudo
Não tem nada
Não leva consigo
Nem a roupa do corpo
Corpo quase extinto
Magro
Ferido
Sem memória do passado
Sem pretensão de ter futuro
Está logo ali
Do lado
Perdido
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[Aos puritanos: Não passem desta linha]
Ana gosta de ser ele
Não que Ana não goste de mulheres
Pelo contrário
Ela as ama
E por isso gosta de ser ele
Ana é uma mulher
Mas Ana tem pau
Ana é estrela
Mas em um céu diferente
Não dessas que brilham e só
É mais
Dessas que encantam
Cantando
Ela não tem voz de veludo
Voz de menina
Dessas vozes por aí
Ela tem voz de verdade
Voz forte
Firme
Ana é música
Em forma de poesia
E como poesia não é para todos
Ana também não
Ana é isso
Ana é ‘foda’!
Pois é, espero que nenhuma Ana sinta-se ofendida por esse poema. Meu desejo com esse poema é outro, é o de admiração. Principalmente por uma Ana, Ana Carolina. Três motivos para gostar de Ana:
Primeiro, ela é poeta:
Segundo, ela é forte, sua música é forte:
Terceiro, ela é pornográfica sem ser vulgar:
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– Não, estou dizendo que a maioria.
– Então você é noventa por cento um mentiroso?
– Eu sou o que você está vendo.
– Mas o que eu vejo, é o que você mostra ser.
– Na verdade, você vê o que você quer. O que eu mostro não importa.
– Claro que importa, não posso ver um mentiroso se você finge que não é, e me mostra o contrário.
– Mas se eu estou mentindo, e fingindo que não, você pode ver tudo como uma mentira, ou não.
– Você está começando a perder a minha credibilidade com todo esse papo de que tudo é mentira, mas se eu quiser acreditar, acredito.
– Mas e se tudo fosse verdade, e eu estivesse falando para você que era mentira.
– Então… eu não sei. Por que você complica tudo?
– Eu só estou fazendo suposições, não complico nada.
– Então pare de fazer suposições.
– Ei! Sua avó continua lavando roupa lá na parte alta do rio.
– Continua sim, por quê?
– Por nada, só que eu sempre achei curioso.
– O que agora? Vai implicar com a minha avó?
– Não! Só que… Veja bem, antes eu passava por lá e a olhava lavando e depois estendo as roupas no chão para secar…
– Para quarar!
– O que?!
– Para quarar a roupa, e não estender a roupa no chão para secar.
– Hum. Certo. Então, mas… veja, ela lava a roupa e depois estende no chão. Não vai sujar novamente?
– Não, eu já disse. Vai quarar.
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Publicado em Animação | Etiquetado animação, Eran Hilleli, Smelly Cat | Leave a Comment »
Do que são feitas as nuvens?
Não quero saber do ponto da física
Não me interessa o que dizem
Mas o que me importa
É a imaginação
Então
Do que são feitas as nuvens?
De sonhos?
Sonhos…
O que são sonhos?
Não quero saber desses sonhos de quando dormimos
Mas daqueles sonhos
De quando estamos acordados
Sonhos que nos fazem voar
Quando imaginamos
Imaginar…
Então imagino
Que as nuvens são de algodão
Que a é lua de queijo
Que a cegonha me deixou em casa
Que a neve é sorvete de baunilha
Que a pipoca é feita com mágica
Que tem um senhor de barbas brancas,
barrigudo e já velhinho
morando no Pólo Norte
Que vivo no mundo da Lua
Que marcianos existem
E as pedras em Júpiter são macias
Sem querer
Imagino que sou um super herói
Que posso voar
Imagino que posso salvar o mundo
Imagino
E então
Desimagino tudo
Feito carne e osso, coração
Pulmão
Sou pessoa normal
Morrível
Frágil
Como todo homem é
Mas ainda com um poder
Imagino…
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Cansado dessa falta de educação
Desse desrepeito
Um despeito
Despautério
Hoje em dia
Nem bom dia
Tanto palavrão
Poluição
Falta de noção
Má educação
De absurdos, tolices,
dos tolos, bobos, parvos
Asneira todo dia
Não aguento mais não
Então
Com licença,
com sua permissão
Vou retirar-me
Vou descansar
De toda essa situação
Muito obrigado
E volte sempre
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Dando continuidade a nossa lista da revista Rolling Stones [as 500 melhores músicas de sempre], chegando a número 22. Hoje é dia de uma pegada mais dançante, com o grupo de garotas The Ronettes, que surgiram na décade de 60 [eu devia ter surgido nessa epóca, aliás até um pouco antes]. O nome da música estampa o título do post. Se preparem em 3, 2, 1… mas antes quero compartilhar que já tenho mais alguns posts em mente apenas relacionados a música [além dos 478 posts da lista], com um material muito bom mesmo.
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Já que publiquei aqui um antigo conto meu [reeditado], hoje vou publicar o primeiro poema que fiz após um longo período inativo [algo em torno de 4 anos]. Antigamente eu usava qualquer caderno que surgia na minha mão e começava a escrever, era um muleque ainda. Então esse foi o primeiro poema dessa nova safra, onde publico direto na interner ou faço no moleskine e guardo pra quase todo o sempre. O nome do conto é “Canto dos mortos”, acabei de reeditar também, então se torna inédito não? É tudo meio estranho e meio anormal.
Noite sem lua, no escuro
Entre os vivos, estou morto
Ando sobre o nefasto muro
De solidão, tortura, amargura
Em meio a sombras
Em meio a dor e sofrimento
Entre criaturas espectrais
Ao lado deles, e dos meus
Ao lado dos mortos e vivos
Junto ao sangue teu
Ó delicioso sangue
Traz junto o sabor da alma
A esperaça da vida
Faz da morte, longa vida
De minha vida
Uma longa morte
Vejo a noite,
Ando a noite, vivo a noite
Faço a noite,
A alma d’outros
Faço meu sustento
Quando imploram por salvação
Trago comigo a perdição
E choram, e gemem e imploram
Eu apenas gargalho,
e brinco, me divirto
Risos soltos. E espalho
O terror, o horror,
Eu tenho medo de mim
Sem piedade, sem bondade
Sem felicidade, sem nada
Apenas a noite, apenas o escuro.
Apenas o muro
Apenas vazio
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Felicidade é o que descreve minha situação no momento. A alguns meses atrás me custou um dia inteiro para conseguir postar um vídeo aqui no wordpress, afinal, ele simplesmente não aceitava os embebed do youtube, ou outros do tipo. O post foi uma homenagem a John Hughes e o vídeo foi do filme Clube dos Cinco, pode conferir clicando aqui [é só clicar no aqui anterior mesmo]. Foi uma árdua batalha postá-lo, mas esse tempo passou. E o tempo novo é de facilidade, e de forma simples usando o vimeo [em minha opinião superior ao youtube] posso acrescentar vídeos tranquilamente. E para dar inicio a essa nova era [muito épico esse momento], vou começar com uma cantora maravilhosa. Ela já fez dueto com o nosso Lenine, e também com a Marisa Monte. Uma mexicana que tem feito um estrondoso suceso “lá fora” e abocanhado alguns prêmios. Com vocês Julieta Venegas:
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Por um tempo além deste blog, eu mantive um de histórias sobre vampiros. Encontrei por lá um texto que foi bem elogiado. Então resolvi colocar por aqui, resolvi também reeditá-lo, acrescentar umas poucas palavras só para enriquecer um pouco mais a descrição. Na primeira versão intencionalmente eu pulei uma pequena linha do tempo pelo simples motivo de falta de criativadade, muita falta de vergonha de minha parte. O texto me agrada também e espero que agrade aos leitores. Lembro que não é meu forte, já não escrevo bons poemas simples, o que se pode dizer de narrativas?
Durante o século XVIII, uma família simples, uma família cristã, uma família bondosa, morava na Rua do Alecrim em Lisboa. Uma mulher de pouco mais de 50 anos, um homem com seus quase 70. Três adoráveis crianças, dois garotos, de 8 e 12 anos, uma bela mulher, com seus 20 anos. Os outros não nos interessam, mas a menina, que aliás já é mulher, e muito bela, ela é nossa estrela principal, nesse cenário de terror, um pequeno anjo. Fora educada nesses velhos costumes cristãos, era bondosa e meiga, muito gentil e também educada. Era como se viesse da nobreza, mas não. Era uma família simples, não pobre, afinal o pai tinha lá suas posses, mas ainda assim simples. Como sempre, era noite, não existe hora melhor. E nossa personagem principal estava sozinha, em uma rua deserta [como desertas são todas as ruas do medo], precisou sair da Missa do Galo mais cedo que os outros, teve que ir para casa. Mas aquela noite em especial, ela encontraria uma criatura que só existia em lendas. Um ser criado dos mais violentos mitos, dos piores sonhos. Descendente de Caim, um ser sombrio. A garota caminhava lentamente, com o olhar distante, melancólico, como a esperar, como se soubesse do seu destino, desse futuro imediato. Não houve cortejos como nos livros, galanteios, ou paciência da criatura, de forma violenta, rápida, cruel, cravejou no pescoço da donzela dentes brancos como marfim. Possuía, saboreava, degustava cada preciosa gota vermelha. E apaixonado pela doce humana que devorava, a criatura, se fez criador, a donzela se fez criação, e depois do banquete, fez do corpo imóvel e seco a sua frente, fez do corpo morto, sua amada imortal. O sol já estava nascendo, a família ainda estava acordada a procurar pela jovem, lampiões ainda estavam acesos a procurá-la. Enquanto ela estava acordando e não se lembrava muito da noite anterior, mas sabia que estava em um lugar estranho, iluminada por uma infeliz chama, sozinha no profundo escuro. Quando a criatura aproximou-se da jovem, ela gritou horrorizada. Levou horas para entender o que estava acontecendo. Levou dias para aceitar quem era agora. Levou décadas para se alimentar, e agora, alguns séculos depois, já consegue se divertir com tudo isso. Gosta dos apelidos que recebe, em especial quando a chamam de assassina. A falta de um coração batendo em peito quente é capaz de corromper a mais pura das almas, até mesmo essa doce garota, que ainda é bela, apesar de sua pele branca, parecendo uma pequena boneca de porcelana, que pode se quebrar a qualquer momento, mas não se engane, pode ser tão cruel quanto seu criador, ou qualquer outro antigo demônio dessa desprezível espécie. Todos desejam seu nome, não direi, é uma blasfêmia, uma maldição, o que sei é que após um massacre em uma pequena vila italiana, passaram a chamar a nossa bela dos olhos verdes de Ravena, uma pequena homenagem a esse delicioso massacre e é melhor que a chamem assim.
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Não sou um poeta romântico
Mas sou um poeta apaixonado
E me sinto
Miserável
Por amar
E não conseguir escrever
Só sei falar
da solidão
dos sonhos
e pesadelos
Mas sempre que tento
Falar dela
Eu perco as palavras
Um poeta miserável
Capaz apenas
De sofrer
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Com muito trabalho estou conseguindo finalizar este post. Pelo fato da música ser muito longa [9 minutos] e assim ser um arquivo “grande”, o site de hospedagem que eu estava usando não carregava ela, e como eu disse no inicio depois de muito trabalho encontrei um site com uma largura de banda mensal maior e onde consegui upar a música. Que aliás é o tema de nossa postagem. Essa música eu ouvi no álbum Transa [1972] do magnífico Caetano, não é a primeira vez que lanço ele por aqui. Se a primeira foi uma canção em espanhol, dessa vez é bom “português tupiniquim”. Música com um misto de um poema do Gregório de Matos [título homônimo] e letra do Caetano. A música é incrível, belíssima. Uma época na qual o senhor Veloso não caia dos palcos e nem falava abobrinhas a respeito do presidente, ao ponto de sua mãe, nossa famosa Dona Canô ter que pedir desculpas ao Lula [é fantástico esse tratamento pessoal que damos ao nosso presidente]. Não sou lulista, petista ou nada do tipo, só penso que ícones culturais, pessoas capazes de modificar opiniões, pesem bem na balança as palavras que irão usar, que diga que é contra algo, mas diga de maneira decente. De resto o Caetano ainda é [momento de usar palavra inapropriada] “foda”.
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Já começo me desculpando, pois nunca ouvi nada do Bruce Springsteen, o 21º da lista da Rolling Stones. Mas fiz uma pesquisa rápida [nossa santa salvadora a Wiki] e fico sabendo que “Bruce já recebeu vários prêmios importantes como quinze Grammys, quatro American Music Awards e um Oscar” e fico me martirizando por tamanha ignorância minha de nunca ter ouvido nada do nosso caro senhor [60 anos]. Enquanto escrevo vou escutando a música do post, e é fantástica. Acho que não é necessário mais nenhuma introdução por aqui. Sobre nossa lista, senti hoje uma pontada de frustração, já deveríamos ter ultrapassado a marca de 100 músicas, e estou aqui postando a número 21. Mas vamos ao que mais interessa, a música Born to run:
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Saudades
Sentimento esquisito
Nunca tinha sentido
E agora inventou de machucar
É estranho quando aparece
Você não percebe
Até que vê
O coração aberto
Ferido, em prantos
O peito escancarado
Apunhalado
Doendo
Você não chorava
E agora chora
Você nunca pensou
Que estaria longe
E agora está
Se antes era carinho, amor
Hoje é saudade, tristeza
Se antes só sorrisos
Hoje lágrimas
Enquanto você escreve
Borra a tinta no papel
Borra a imagem no pensamento
Manchas na memória
E tenta nunca esquecer
E consegue
Mas por sempre lembrar
Sempre sofre
E agora deseja olvidar, esquecer, perder, abandonar
Mas já não consegue
E tem
Saudades
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Paul, John, George e Ringo:
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Olha eu aqui atrasado de novo. Fazer o que não é? Hoje vou postar um conto da escritora Ana Santos [infelizmente careço de mais fontes sobre a autora]. Este conto eu li na revista Bravo!, uma das melhores revistas que assino [na verdade assino apenas 3, todas excelentes, inclusive já mencionei por aqui a Piauí). Então vamos ao conto, curto e muito prazeroso.
“Meu vô Laco era branco e leve, sentado à porta. Respirava baixo. Tinha nos olhos resto de espanto: era cego. E no cegar sequer sabia a gente, na cadeira anoitecia, quieto, quieto, entre galinhas e sapos. Havia escuro, mas no rosto do vô as duas velas, até minha mãe, sua filha, soprá-las com voz e braço, ternos.
Era plácido; inimigo do vento. Às vezes quis falar-lhe, dizer verso, dizer: vô Laco, o senhor lembra que são bonitas as galinhas? Dizer: vozinho, quer que eu te conte essa figura de revista? Não disse. Meu vô Laco era perecível. A gente ficava sem jeito de amá-lo.
Cheirava morno. Vestia casaco, seu único, de linho marrom. Casaco de baús. Nos bolsos, guardava as mãos, muitíssimo. Muitíssimo ruminou segredo na boca vazia de dentes. Mastigava – os lábios cerrados, beija-flor de asa – algum caramelo eterno.
Gostava, sim, de caramelos. Mas o doutor lhe proibira açúcar: a filha escondera em terríveis potes as doçuras todas da casa. Não raro a gente o via na cozinha a tatear, cheirar, derrubar xícaras. Sumiam nacos de rapadura e chocolate, fatias de bolo – que coisa feia, o senhor não tem vergonha? E o vô sorria, desentendido.
Uma vez me chamou: Julinho. Então ele me sabia? Tirou do bolso chicle de hortelã. O sol, monótono, se punha. Houve barulho: de grilo, rádio, cão. Fiquei assim, com ele, ao pé da porta – silencioso, diminuto, a estourar bolas.
Um velho sentado em cadeira preenche os quintais do mundo. Não há não vê-lo; não pensá-lo. Um velho vive porque a gente o vê, a gente pensa: quando ele for, o que será? Pois se ele tem a idade do tempo. A gente ri do que ele fala, diz: está caduco. Um velho atravessa o dia muito só, lembrando, navegante de horas. Leva a cadeira ao quintal, de manhã; à noite a recolhe. Entrementes, o nada supremo, as cozinhas.
Não disse: quer um gole do meu guaraná? Que eu te faça chapéu de jornal? Ele era pouso pros aviões da gente – gigante doce, inerte.
Decerto, entrementes, mastigando, quis dilúvio, quis incêndio, morreu, morreu – sequíssimo e intacto. E já não era vô Laco; era o horror das cadeiras sem velho.
Foi velado, sobre a mesa. Vieram parentes, com choro. Lá fora, o burburinho das aves. A filha penteara-lhe o cabelo, pusera-lhe sapatos, um casaco outro, novo. Eu sério, homenzinho, as pestanas inquietas. Amei-o com atraso.
O que é de um morto esconde-se em armário, atrás de porta. É um palpitar no escuro. A gente o liberta, enfim – e está mofado.
Do vô, era o casaco. Pendia (tão seu único, tão marrom) de algum cabide firme. E vi – que ditosas, achadoras de tesouro, invadiam-lhe os bolsos mil abelhas e formigas.”
O nome do conto é Açúcar, aqui você pode ler outro conto da autora.
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Êita vida besta
Vida surrada, surtada
Surreal
Quanta desgraça
Que tanta paciência
Não suporta mais
Olhe, veja bem
Que falta de vontade, não é
Mas, miséria em exagero
Não padeço dessa “precisão”
Necessidade de mesmice
Tenho não
De derrotas já me chega!
Êita que disso tudo
Nada se salva, ou salva-se nada
Não tenho essa necessidade
De sobreviver
O que quero é só viver
Em paz se possível
Se não
Que ao menos me apaguem a luz
A conta tá alta
E assim não vejo tudo isso,
Nem nada disso.
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Bem atrasado com as postagens, por problemas no trabalho. Muita pressão esses dias. Mas logo estarei de volta.
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Senhoras e senhores, com vocês em décimo nono lugar na lista Rolling Stone, ele o único, eterno, Rei do Rock, Elvis the Pelvis: Elvis Presley, com a música Hound Dog.
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Há dezesseis anos, um dos melhores músicos brasileiros de todos os tempos, lançou um álbum em español, com o título “Fina Estampa”. O grande músico: Caetano Veloso. Não é exagero dizer que o álbum é perfeito, com Caetano com um espanhol impecável e melodias maravilhosas. A alguns dias assisti ao filme, do sempre [no mínimo] excelente Almodovár, “Fale com Ela”. E em um certo momento, um certo cantor brasileiro, se apresenta:
Desculpem-me o uso do exagero ao adjetivar o Caetano e o Almodóvar.
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Um solitário
Crescendo
Sem se cansar dessa vida
Sem amores
Sem amores vãos
Sem amores tristes e felizes
Seguindo
Vivendo
Sozinho
Cada dia, cada manhã,
e especialmente cada noite
Por querer
Não por medo
Mas sem explicação
Apenas por ter se acostumado
A ser só
Afasta-se das paixões
Dos amores
Dos amores vãos
De todos os amores
E vive
Solo
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Envelhecendo
Me acostumei
Com o único sentimento
Que homem nenhum deve se acostumar
Fui esquecendo de mim
Me abandonando
E querendo ser abandonado
Me acostumei a solidão
Me acomodei
Sozinho
E só hoje um novo sentimento surge
E me abre os olhos
Maldita tristeza
Que sempre foi minha companheira
Mas só agora mostrou sua face
De sofrimento
Me abandonando por aqui
Tristemente feliz
Solo
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E continuando nossa fantástica lista, mais uma de um dos mestres do rock. Um dos poucos roqueiros “puros” vivo. Com vocês, senhoras e senhores: Maybellene, com Chuck Berry.
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Pobre desse poeta desgraçado
Encontra-se perdido
Em um mundo
Seu
Só seu
Sente-se traído
Por seus versos
Que enganando o pobre coitado
Deixaram-no só
Pobre poeta
Abandonado pela poesia
A criação deixa o criador
O filho sai de casa
O poeta é esquecido
E suas palavras, pensamentos
Encontram o vazio
O poeta perdido sem seus versos
O poema perdido sem vida
O poeta esquecido sem sua pena
Pobre desgraçado sem fé
Acabaram seus poemas
Acabaram seus versos
E secaram suas lágrimas
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Essa última semana, assisti ao filme Invictus. Ao final do filme meu único desejo era ver a África do Sul na final da Copa do Mundo de Futebol, e se possível erguendo a taça. E antes que comece a crucificação sobre o meu patriotismo, minha torcida pela seleção canarinho é imensa, mas o sonho de ver os Bafana Bafana levantarem a taça e transformar todo o país novamente, como aconteceu na Copa de Rugby, é ainda maior. E vencendo não pela habilidade do time, ou técnica dos jogadores, mas pelo merecimento de uma nação guerreira. Eu entendo que o preconceito racial não é exclusividade deles, e que tem países no continente africano em situação muito pior, mas quem está sediando a copa é a África do Sul, quem tem Mandela [acima de tudo um herói histórico com uma filosofia de perdoar quem o massacrou e ícone na luta contra o racismo] é a África do Sul, e quem tem no histórico um ato de superação como em 1995 é a África do Sul. E por esses motivos vejo nela uma campeã em potencial, por merecimento. Apesar de tudo, é necessário também perceber, que esse título não terá o mesmo impacto que o de 1995. Naquele ano, havia um time no Rugby com 99% de brancos e hoje no Futebol um time com 99% com negros, retratando bem o país atual, que ainda convive com o preconceito, porém de forma inversa, onde os brancos tem menos oportunidades que os negros. Se anos atrás o título de campeão mundial uniu os milhões de sul-africanos, o título mundial esse ano não conseguiria tal feito. Mas pessoalmente eu ficaria extremamente feliz em “ver” o país de Mandela festejando novamente umgrande conquista, e quem sabe, esse não será um importante passo para a reconstrução da África do Sul, e melhor ainda, esse primeiro passo além de representar a reconstrução do país, representar também o primeiro passo para o desenvolvimento do continente. Também sei que o Brasil sofre de problemas semelhantes, mas sei que já temos 5 títulos mundiais e nenhum deles alterou em nada a vida do povo, quem sabe o título indo a mãos mais carentes não faça com que alguns “olhos” sejam voltados para lá. A música que presenteio vocês nesse post, é o hino da torcida sul-africana, a ouvi no filme Invictus, e digo que todos os dias a escuto, e sinto todo o sentimento que existe nela, e é impossível não se sentir um pouco sul-africano ao abrir a mente e perceber na canção esse sentimento guerreiro dessa nação. Go South Africa.
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Nosso melhor guitarrista de todas as eras, aparece um pouco longe das primeiras posições dessa nossa lista [lê-se lista da revista Rollings Stones].Em 17º Hendrix surge com a música Purple Haze. Eu me vejo perdido sem saber o que dizer sobre Hendrix. O título diz tudo, como uma unanimidade, ele é o deus da guitarra. Citando a filha pródiga das enciclopédias [viva a Wiki]: “Hendrix disse que a canção foi inspirada por um romance de ficção científica de Philip José Farmer (a frase do livro é ‘cacimba purpúrea’). Hendrix afirmava que a canção era sobre amor, explicando que o verso ‘o que quer que seja, aquela rapariga enfeitiçou-me’ era a chave para o significado das letras.” E vamos com a música:
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Toda despedida é triste
As que vão
e não voltam
Ou voltam logo
Cada lágrima que cai
Leva junto
Uma lembrança feliz
E dos momentos felizes
Nos despedimos, tristes
Se foi, espero que volte
Se ficar,
espero que lembre
De quem ficou
A chorar
E essa falta,
sozinho eu sinto
O amor de uma filha
e a preocupaçao de uma mãe
Foram,
e eu só disse
Até logo
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Confuso
Perdido
Insosso
Permuto
Sozinho
Fico e calo
Preciso
Frio e colo
Peço
Faço e choro
Mudo
Ferido eu corro
Fujo
Fuga
Fugindo de mim
Fuga do ser
Sem querer
Mudo
Sem perceber
Fico
Sem mais notar
Desexisto
Sem existir
Sorrio
Sou rio
E sigo
Sem razão
Pondero
Com paixão
Compaixão
De um ser
Sem existência
Por fim
Fim
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Aceitarás o amor como eu o encaro ?…
Eu te amo porque te amo
Consciente de ti, nem a mim sinto
A dor que já me não dói
Minha alma não tem alma
Peguei no meu coração
A pena escreve
Tenho tanto sentimento
Dentro do meu coração!
Do meu triste coração
Minhas mesmas emoções
Amar é a eterna inocência
Hei de morrer de amar mais do que pude
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Vendo o que eu queria ver
Imaginando o que eu queria
Imaginar
Sonhar os meus sonhos
Me iludindo aos poucos
Cego fui ficando
Enquanto crescia
E regredia ao puro
De personalidade ingênua
Tolo ou bobo
Me cegando do resto
Negando o que recebia
Perseguindo o que eu desejava
Sem alcançar nada
Me desiludindo devagar
E me ferindo aos poucos
Acordado de pesadelos,
fantasiados de sonhos
Ilusões ou devaneios,
até ali me seguiram
E eu sem perceber, segui
Quando me vi triste
Me acomodei
E nesse sentimento
Seguro eu me senti
Cego de todo o resto
Puro de outros sentimentos
E confortável com a dor
Na tristeza me acomodei
Cego de tudo
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Perco-me por minhas próprias palavras
Por linhas sinuosas, subida íngrime
Demônios na minha alma
Castigada
Sofrida, abandonada, sozinha
Perdida dentro de mim
Encontro-a em alguns copos,
Algumas doses
Doses de veneno
Assim são pensamentos
Cruéis, irreais, surreais
Imaginação
Um sonho gótico
Na escuridão do meu interior
Sem luz
Encontro-a
Com frio, com fome
Sozinha
Tortura-se minh’alma
E nessa angústia dela
Perdida está
Escuta rezas, preces
Orações
E ri-se
Da falsa fé
Do falso mundo
Perdida uma alma
Procura-se
Quem encontrar
Que lhe dê fim
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A MAIOR TORCIDA DO MUNDO FAZ A DIFERENÇA
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Agora sou eu, amanhã também
Mas ainda sim diferente de ontem
E continuo sendo o mesmo estranho
Me transmodifico, transformo, reformo
Reformulo e me reconstruo
Me faço novo e renovo
O que é novidade
Não passa de coisa velha
Um preto e branco manchado de vermelho
Pintado, borrado
E modifico o eu
Do clichê, velho novo
Faço vida
E faço verso
Os mesmos versos que usei antes
Uso agora
Mudo a ordem e o velho se renova
Nem me conheço mais
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Quando a paixão acaba
E nem a tristeza nos resta
Quando seca a fonte
E até a musa some
Quando não há mais festa
E nem luar na noite
Quando nasce o sol
E você está olhando para o lado errado
Quando o vazio preenche os espaços
E nem o olhar brilha mais
Quando tudo chega ao fim
E você não tem um recomeço
Quando acaba a inspiração
E você se sente inútil
Um poema não tem final
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Uma bala cravada no fundo da alma
Uma alma sozinha
Um andarilho e
Um pedido de socorro
Uma bala cravada
E toda uma vida seria mais fácil
Sem vida
Sem nada
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E fazendo inveja a Afrodite
Ou a Vênus
Ousou ser maior que qualquer
Uma das belas ou
Das riquezas
Mas a maior riqueza
Era seu amor
O que o jovem muito desejava
A deusa atendeu
O amor da doce Helena
Por uma guerra
Pela mais bela do mundo
Reis uniram-se
Deuses enfureceram-se
E pelo maior amor do mundo
O jovem morreu
História de tristezas
Como tristes são todos os amores
E tristes são todas as histórias
Um morto por amor
Vingança de reis
Ela morta por servas
A vingança assaz
Morreu o herói
Acabou-se o império
E o amor
Tudo o que constrói
Depois destrói
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Na beira do lago sem fim
Com tão profundas tristezas
E errantes pensamentos
Como errantes cavaleiros de Cervantes
Em tempos bem antes
Do tempo que agora penso
E beirando esse lago
Doces alegrias, doces lembranças
Ilusões, desilusões afundam
Chegam tão fundo e
Entendem que fundo não tem
Esse lago de imaginação
Estático, parado
Como parada é a vida
Um lago vazio, um lago sem água
Um lago que não se parece com lagos
Mas lago é
E como vidas que não se parecem com vidas
Mas vidas são
E como o tempo que passa
E não entendemos que quando passa
Não mais existe
E assim não vivemos o que temos
E deixamos passar o presente
Que não mais existe
Como a água do lago
Não que secou a água
Mas nunca teve água o lago
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E entre tantas almas perdidas
A minha é só mais uma
Só mais uma alma
Que não quer
Salvação
Salvação
Perdição
Mais palavras
E não passam disso
Somente palavras o são
E essas, poucas palavras soltas
E minh’alma so quer uma palavra
Descanso
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No país que chamavam de Sol, apesar de chover às vezes semanas inteiras, vivia um homem de nome Antenor. Não era príncipe nem deputado. Nem rico. Nem jornalista. Absolutamente sem importância social. O país do Sol era o mais comum, o menos surpreendente em idéias e práticas. Os habitantes afluíam todos para a capital, e tomavam todos os lugares dos que, por desventura eram da capital. Havia milhares de automóveis pelas artérias matando gente para matar o tempo, cabarés, jornais, a bolsa, o governo, a moda e um aborrecimento integral. Enfim, tudo quanto uma cidade de fantasia pode almejar. E o povo que a habitava se julgava possuidor de imenso bom senso. Bom senso! Se não fosse a capital do país do sol, a cidade seria a capital do bom senso!Precisamente por isso, Antenor era exceção malvista. Esse rapaz, filho de boa família ( tão boa que até tinha sentimentos), agira sempre em desacordo com a norma dos seus concidadãos. Desde menino, a sua mãe descobriu-lhe um defeito horrível: Antenor só dizia a verdade.
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Talvez versos tristes
Talvez apenas sozinhos
Ás vezes nem versos são
Ás vezes também nem rima tem
E as rimas choram
E por dentro o coração sente
E por fora os olhos mostram
E tudo é tão estranho
Tão diferente
Tudo muda
Então mudo eu
Mudo fico
E a solidão que anestesia
Faz doer
Faz chorar
E então me acostumo
Não se caem lágrimas
Não se abrem lábios
Não se mostram risos
E fico mudo de novo
Não falo
Escrevo
Com sentimento
Sem sentimento
Consetimento para escrever
Para me mostrar em versos
Eu versus eu
E então não escrevo mais nada
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E finalmente de volta. E nada melhor para falar do que mulher. Claro que logo hoje não poderia escrever sobre mais nada. Hoje o dia é delas, e sem piadas que os outros dias são nossos, porque para bem da verdade, todos os dias são delas e o dia de hoje, é apenas mais especial que os outros. Mulheres são mães, amazonas, irmãs e filhas, amantes, professoras nossas, amores platônicos, conquistadoras, são Helenas e Atenas. Tem-se tanto a dizer sobre elas, tão poucas linhas, mas tanto medo. Porque outra verdade, e escancarada, é que nós temos medo de vocês, é o medo que tentamos superar para dar um oi, ou um simples bom dia. O medo que tentamos superar para convidá-las para jantar, ou sair para tomar um chopp, medo de dizer eu te amo e depois nos vermos sozinhos, medo de ouvir eu te amo e não poder corresponder como vocês merecem. É um barreira que quebramos todos os dias, um fronteira desconhecida e sem volta, e mesmo com esse medo, sempre quebramos. Só tenho que dizer Parabéns a todas vocês Mulheres.
“…Para conquistar uma mulher,
mais que ser este amante, há de se querer o amanhã,
e depois do amor um silêncio de cumplicidade…
e mostrar que o que se quis é menor do que o que não se deve perder.
É esperar amanhecer, e nem lembrar do relógio ou café… Há que ser mulher,
por um triz e, então, ser feliz!
Para amar uma mulher, mais que entendê-la,
mais que conhecê-la, mais que possuí-la,
é preciso honrar a obra de Deus, e merecer um sorriso escondido, e também
ser possuído e, ainda assim, também ser viril…
Para amar uma mulher, mais que tentar conquistá-la,
há de ser conquistado… todo tomado e, com um pouco de sorte, também ser
amado!”
Salve Drummond.
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Estarei de volta esta semana. A criatividade me parece um pouco enferrujada, e meu estilo sendo esquecido, mas espero voltar com tudo. Até logo.
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Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.
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