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Archive for the ‘Poema’ Category

Los ojos

Aqueles olhos
Que fossem negros
Que fossem cegos
Iam além do alcançável
Que fossem olhos
O alcançável
Era além da alma
Dois olhos fundos
Profundos
Sem mistérios
Eram apenas
Isso
E disso não passavam
Olhos
Sem mistério
E mesmo assim
com um segredo
Sagrados
Intocáveis
Sempre distantes
No horizonte
Na noite
Na mais densa noite
Eram mais que olhos
Não lembro de mais nada
Além deles

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Mais um

Me ensina a não chorar mais
Já cansei disso
Eu estou feliz
Talvez seja esse o problema
Sabe?
Tanto sentimento
Implodindo dentro
Eu queria sentir frio
Mas me sinto tão bem
Apesar das lágrimas
Apesar das noites
Apesar de certas e outras coisas
Então me ensina como não chorar mais
Me ensina a ser assim
Mas é tanto sentimento dentro
Que acho que cada lágrima
Seja necessária
Deixar vazar um pouco
E não sofrer depois

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Miedo

Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara
Medo de encarar
Medo de calar a boca
Medo de escutar
Medo de passar a perna
Medo de cair
Medo de fazer de conta
Medo de dormir
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo… que dá medo do medo que dá
Medo… que dá medo do medo que dá

Composição: Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis

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Felicidade

Pedaço de chocolate
Abraço de vó
Amor de mãe
Carinho de pai
Sabiá cantando
Bem-te-vi acompanhando
A maré agitando
A onda quebrando
Iemanjá no mar
O riacho descendo
Iara chamando
Um arco-íris no céu
Chuva no teto
Batendo na janela
O último pedaço do bolo
aquele de brigadeiro
Uma vida que começa
e outra que renasce
Um sorriso de criança
Ter você perto
perto de mim
Absoluta
Felicidade

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Sabe, é assim

Quando eu passo o dia inteiro
E todo dia pensando nela
Quando cada rosto
Conhecido
Desconhecido
No meio da rua
Me lembra o rosto dela
Sempre que me deito
E sinto saudade
Sempre que acordo
E sinto sua falta
Sempre que penso
E no meu pensamento
Vive o rosto dela
Sempre que estou triste
Mas sempre feliz por ela
Sempre que duvido
Desacredito
Mas sei que estou errado
E tenho fé nela
Sempre que caio
E levanto
Para poder vê-la
Novamente
Sempre que estou feliz
Não sei bem
Mas acho que isso é amor

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I say,

Já não consigo escrever
Tudo que faço
Parece tão falso
Por não alcançar,
o que sinto
Desse amor puro
Incompreensível
Mesmo que duvide
Eu te amo
E se meu silêncio te incomoda
Que não se irrite
Já não consigo criar palavras
Se te encaro por horas
Eu te amo
E não me canso,
de cada traço, linha
Ou sorriso, de nada
Minha ilusão
Me deixa ir longe
Mais que meus sonhos
E sei que um dia
Vou cair
Então segure minha mão
Me abrace forte
Me olhe de volta
Me faça rir
Por um minuto
E em todos os outros
Me deixe te amar
De hoje até o sempre
Acredite no que digo
Meu pequeno anjo

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Back to rock

Eu só quero meu Rock de volta
Sabe
Já cansei de chorar
E de sentir saudades
Eu te vi ontem
Mas você sabe
Eu te amo
Eu não queria
Não assim
Veja meu céu
Hoje ele estava azul
Mas eu estou com saudades
E vejo nuvens no horizonte
Meu copo de Jhonnie
Já meio vazio
Minha máquina de escrever
Sem pensamentos
Sem tinta
Minhas mãos cansadas
E tudo
Porque eu amo você
E você sabe
E eu
Só quero minha música
E,
não queria dizer
Mas quero você

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Ser especial

Tento ser diferente
Ser especial,
Alguém com quem
você se importe
Tanto quanto me importo
com você
Até menos
Mas me note
Se importe
Quero ser alguém
Que você ame
Como te amo desse
jeito
Incondicional
Talvez nem tanto
Mas apenas ame
Penso em ser um pouco mais
pra você
Penso ser isso
Desse jeito
Nem tento tão perfeito
Nem quero
Mas quero ser diferente

Especial

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Eu, hoje

Queria quebrar a Primavera
Só para tirar um pedaço
E te dar
Só flores, são só flores
Em um céu cinza
No entardecer
Queria o vermelho do sol
E te dar um copo de alegria
Ser mais eu
Eu e você
Queria roubar aquela cor
Do arco-íris
Sua cor favorita
Queria ter você agora
Ou quem sabe um dia
Queria fazer um poema assim
Mas não posso
Meu mundo não é azul
Meu copo é de cólera
Meu entardecer é nublado
Mas eu queria

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Imagine-se consigo mesmo em um barco em um rio
com árvores de tangerina e céus de marmelada
Alguém te chama, você responde muito lentamente
Uma garota com olhos de caleidoscópio
Flores de celofane amarelas e verdes
Elevadas sobre a sua cabeça
Procure pela garota com o sol em seus olhos
E ela se foi
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Siga-a abaixo em uma ponte através de uma fonte
Onde pessoas de balanço de cavalinho comem tortas de marshmallow
Todos sorriem enquanto você é levado através das flores
Que crescem tão inacreditavelmente alto
Táxis de jornal aparecem à margem do rio
Esperando pra te levar
Suba na traseira com sua cabeça nas nuvens
E você se foi
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Imagine você mesmo em um trem numa estação
Com porteiros de massa-de-modelar com gravatas de espelho
De repente alguém está lá na catraca
A garota com olhos de caleidoscópio
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes
Lucy no céu com diamantes

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Ser infeliz

Tento não ser tão estúpido
Tento não pensar tanto
Tento sofrer um pouco
Tento chorar,
ver-me em pranto
Tento ser infeliz
Mas só consigo a pateticidade
Sendo tão patético
Sorrindo
Tento te acalmar
Te fazer feliz
E só consigo isso
Ser estúpido
Sabe que não acredito no amor
Sabe que não quero
o felizes para sempre
E só me maltrato
Farrapos
Sem alma sã
Confuso
Perdido
Sabe?
Só queria um pouco
Mas nem sei de quê
Só tento chorar
Tento ser infeliz
Mas não consigo
E nem ser feliz posso
Se existe um muro
Cá estou nele
Sem saber
O que sentir
Como de hábito
Confuso

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Viva

Sabe? Viva
Só não espere a vida passar
Só não assista
Hoje meu pranto é esse
E duas décadas
Um quinto de século
Um milésimo do tempo
Uma vida inteira
Observe
Que sempre observei
Levante
Atitude
Faça
Não assista
Não desista
Se desiluda

Quebre
Quebre a cara
Erre
Esqueça essa vida
Pois ela não é novela
Viva
Vida
Como um carrossel
Sempre nos repetimos
Passamos pelo mesmo ponto
Faz dela dura
Mas bela
Carismática
Faz bem os que vão
Melhor ainda
Aqueles que ficam
Vivem
O carrossel
O ciclo
O fim

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Sou a-

Atemporal
Eu sou
Anacrônico
Na vida
Sem perceber
A vida passa
Sem suspiro, inspiro
Atônito
E não vivo
Sem viver
Afônico
Assim fico
Sem saber
Anormal
Sei quem sou
Sem afeto
A foice
Que me transpassa
É remédio, cura
Sou um deus
Sou um homem
Apotéotico
Sou insano
Na insensatez, há diversão
E nesse parque da vida
Brinco sem pagar
Afinal, seria sem fim
Mas não é
Alucinado
Esse eu
E quem quer
Quero o que ser
Seria quem sou
Queria eu o que quero
Ser quem não sou
A-
Acho que sei quem sou

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Hoje

Nem sei o que quero pra hoje
Nem sei o que quero escrever pra hoje
Sabe, nem sei
Eu queria
Eu até queria
Mas nem sei se quero mais
Hoje eu acordei estranho
Queria não ter acordado
Talvez até queria ter acordado
Não queria ter ido trabalhar
Isso é certo
Disso eu sei
Mas do resto
Sabe
Nem sei
Hoje
Até parece um dia normal
Mas acho que não
Tem algo estranho
Nem deve ser nada
Ou vai ver é
Deve ser
Pode ser ruim
Bem
Meu bem
Mal nenhum me fez
Bem também não
Bom que ainda to aqui
Ruim seria não estar
Ou estar também já pode ser
Hoje eu estou assim
Nem sei
Só sei que

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Ser feliz

Nem preciso de muito
Muito pouco pra mim
Acho suficiente
Preciso de você
Mais perto, aqui
Preciso sonhar mais
Pra ser feliz
Nem preciso tanto
Um pouco de pranto
Um tanto pronto
Não é difícil
Quero ser feliz
Mesmo sozinho
Ou junto pode ser
Com ninguém, tanto faz
Ser feliz é fácil
Preciso só
Preciso mais
Não quero ser o melhor
Só quero ser melhor
E quero você
Mais perto
Sentir saudade
Não me faz feliz
Preciso também
De uma barra de chocolate
Um pedaço do arco-íris
Um beijo de boa noite
Toda noite
Uma história de dormir
Todo dia
Um abraço
Mas no fim
Pra eu ser feliz
Preciso te am….

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Notas do morto

Não que me importe com nada
Afinal
Nada mais me importa
Estar morto
É estar feliz, e há quem duvide
Mas é bom assim viver
Sim viver
Posso até ser morto
Mas me sinto muito vivo
A diferença?
Nem preocupações tenho mais
Os vivos de verdade que por mim chorem
Pois o que faço agora é só rir
E há também quem duvide
Que mortos sorriem
Basta encarar a cara de paspalho desde defunto
O mesmo que vos fala,
e por nisso falar, nem preciso me incomodar
Com o Português
Com as contas
Aquele freguês
Ou aquele que me cobra
Mas nem tudo são flores no caixão
E nem trocadilhos infames
O chato é o membro fálico ou pau
Que por cá está flácido
E não faz questão de levantar
Mas sabe de uma? Nem eu faço
Fez o que podia vivo
Então até ele merece descanso
Mas ironias não faltam
Pois enquanto o falo mole, o corpo duro
Êita!
Que também tem essa coceira
Danou de coçar atrás da orelha
E lá não alcanço
Em verdade não alcanço mais nada
Sabe que nem bem comecei
Mas já estou me cansando dessa vida
Essa vida de morto

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Republicação

Entendam bem, não é falta de criatividade e nem preguiça. Mas é que, eu gosto de pegar esses textos mais antigos e repostar. Mas apenas os que eu gosto, esse mesmo foi o primeiro poema que lancei direto no blog, e até hoje é o poema que mais gosto. Depois que trouxe do outro blog para cá o conto de vampiro, resolvi trazer do passado esse poema. Engraçado que logo eu, que digo sempre que o lugar do passado é lá atrás, e devemos viver apenas o agora, trazer esse enterrado para cá, felizmente tenho uma boa desculpa, as palavras são eternas [super clichê agora]. Versos mudos:

E tiro da solidão alguns poucos versos
Talvez versos tristes
Talvez apenas sozinhos
Ás vezes nem versos são
Ás vezes também nem rima tem
E as rimas choram
E por dentro o coração sente
E por fora os olhos mostram
E tudo é tão estranho
Tão diferente
Tudo muda
Então mudo eu
Mudo fico
E a solidão que anestesia
Faz doer
Faz chorar
E então me acostumo
Não se caem lágrimas
Não se abrem lábios
Não se mostram risos
E fico mudo de novo
Não falo
Escrevo
Com sentimento
Sem sentimento
Consetimento para escrever
Para me mostrar em versos
Eu versus eu
E então não escrevo mais nada

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Poema Vazio

Como naquelas horas
Quando as horas não passam
Amores vãos vão
Ficam os estilhaços
O sangue derramado
A ilusão aprendida
Se é que se podem aprender as ilusões
Ao menos dos erros tenho lição
Nunca mais abrir-me
E permanecer calado
Se falo demais
Sinto
Sempre fui quieto
E prefiro assim
Sem palavras na boca
Sem erros
Sozinho

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Um poema do amor

Enquanto escuto o vento
Sussurrar seu nome para dentro de mim,
Enquanto vejo a chuva cair
E lembro de suas lágrimas
Aquelas de felicidade
Me recordo de nossos devaneios
Coisas tão passageiras
Que só hoje é que percebo
Que nada aproveitei
De cada minuto sem importância
Varrido para o passado
Pelo tempo
Jogado as traças
Como as fotos que guardava
E quando penso, sofro
Lembro,
E menosprezo
Essas malditas traças
Que corroem a memória
Mas não me levam junto
E como da vida
De tudo se tira lição
Do amor eu tirei a minha
Não passa de ilusão
E cético, desacreditado
É que vivo
Sem amor
Feliz

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Perdido

Ali sem nexo
Anexo
A nada
Desconstruído
Destituído
Perdeu sua humanidade
Sua sanidade
Vulgarizado
Sem sociedade
Marginal
No meio desse tudo
Não tem nada
Não leva consigo
Nem a roupa do corpo
Corpo quase extinto
Magro
Ferido
Sem memória do passado
Sem pretensão de ter futuro
Está logo ali
Do lado
Perdido

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Ana

[Aos puritanos: Não passem desta linha]

Ana gosta de ser ele
Não que Ana não goste de mulheres
Pelo contrário
Ela as ama
E por isso gosta de ser ele
Ana é uma mulher
Mas Ana tem pau
Ana é estrela
Mas em um céu diferente
Não dessas que brilham e só
É mais
Dessas que encantam
Cantando
Ela não tem voz de veludo
Voz de menina
Dessas vozes por aí
Ela tem voz de verdade
Voz forte
Firme
Ana é música
Em forma de poesia
E como poesia não é para todos
Ana também não
Ana é isso
Ana é ‘foda’!

Pois é, espero que nenhuma Ana sinta-se ofendida por esse poema. Meu desejo com esse poema é outro, é o de admiração. Principalmente por uma Ana, Ana Carolina. Três motivos para gostar de Ana:

Primeiro, ela é poeta:

Segundo, ela é forte, sua música é forte:

Terceiro, ela é pornográfica sem ser vulgar:

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Imagino…

Do que são feitas as nuvens?
Não quero saber do ponto da física
Não me interessa o que dizem
Mas o que me importa
É a imaginação
Então
Do que são feitas as nuvens?
De sonhos?
Sonhos…
O que são sonhos?
Não quero saber desses sonhos de quando dormimos
Mas daqueles sonhos
De quando estamos acordados
Sonhos que nos fazem voar
Quando imaginamos
Imaginar…
Então imagino
Que as nuvens são de algodão
Que a é lua de queijo
Que a cegonha me deixou em casa
Que a neve é sorvete de baunilha
Que a pipoca é feita com mágica
Que tem um senhor de barbas brancas,
barrigudo e já velhinho
morando no Pólo Norte
Que vivo no mundo da Lua
Que marcianos existem
E as pedras em Júpiter são macias
Sem querer
Imagino que sou um super herói
Que posso voar
Imagino que posso salvar o mundo
Imagino
E então
Desimagino tudo
Feito carne e osso, coração
Pulmão
Sou pessoa normal
Morrível
Frágil
Como todo homem é
Mas ainda com um poder
Imagino…

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Cansado

Cansado dessa falta de educação
Desse desrepeito
Um despeito
Despautério
Hoje em dia
Nem bom dia
Tanto palavrão
Poluição
Falta de noção
Má educação
De absurdos, tolices,
dos tolos, bobos, parvos
Asneira todo dia
Não aguento mais não
Então
Com licença,
com sua permissão
Vou retirar-me
Vou descansar
De toda essa situação
Muito obrigado
E volte sempre

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Canto dos Mortos

Já que publiquei aqui um antigo conto meu [reeditado], hoje vou publicar o primeiro poema que fiz após um longo período inativo [algo em torno de 4 anos]. Antigamente eu usava qualquer caderno que surgia na minha mão e começava a escrever, era um muleque ainda. Então esse foi o primeiro poema dessa nova safra, onde publico direto na interner ou faço no moleskine e guardo pra quase todo o sempre. O nome do conto é “Canto dos mortos”, acabei de reeditar também, então se torna inédito não? É tudo meio estranho e meio anormal.

Noite sem lua, no escuro
Entre os vivos, estou morto
Ando sobre o nefasto muro
De solidão, tortura, amargura
Em meio a sombras
Em meio a dor e sofrimento
Entre criaturas espectrais
Ao lado deles, e dos meus
Ao lado dos mortos e vivos
Junto ao sangue teu
Ó delicioso sangue
Traz junto o sabor da alma
A esperaça da vida
Faz da morte, longa vida
De minha vida
Uma longa morte
Vejo a noite,
Ando a noite, vivo a noite
Faço a noite,
A alma d’outros
Faço meu sustento
Quando imploram por salvação
Trago comigo a perdição
E choram, e gemem e imploram
Eu apenas gargalho,
e brinco, me divirto
Risos soltos. E espalho
O terror, o horror,
Eu tenho medo de mim
Sem piedade, sem bondade
Sem felicidade, sem nada
Apenas a noite, apenas o escuro.
Apenas o muro
Apenas vazio

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No Moleskine

Não sou um poeta romântico
Mas sou um poeta apaixonado
E me sinto
Miserável
Por amar
E não conseguir escrever
Só sei falar
da solidão
dos sonhos
e pesadelos
Mas sempre que tento
Falar dela
Eu perco as palavras
Um poeta miserável
Capaz apenas
De sofrer

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Da saudade

Saudades
Sentimento esquisito
Nunca tinha sentido
E agora inventou de machucar
É estranho quando aparece
Você não percebe
Até que vê
O coração aberto
Ferido, em prantos
O peito escancarado
Apunhalado
Doendo
Você não chorava
E agora chora
Você nunca pensou
Que estaria longe
E agora está
Se antes era carinho, amor
Hoje é saudade, tristeza
Se antes só sorrisos
Hoje lágrimas
Enquanto você escreve
Borra a tinta no papel
Borra a imagem no pensamento
Manchas na memória
E tenta nunca esquecer
E consegue
Mas por sempre lembrar
Sempre sofre
E agora deseja olvidar, esquecer, perder, abandonar
Mas já não consegue
E tem
Saudades

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Êita

Êita vida besta
Vida surrada, surtada
Surreal
Quanta desgraça
Que tanta paciência
Não suporta mais
Olhe, veja bem
Que falta de vontade, não é
Mas, miséria em exagero
Não padeço dessa “precisão”
Necessidade de mesmice
Tenho não
De derrotas já me chega!
Êita que disso tudo
Nada se salva, ou salva-se nada
Não tenho essa necessidade
De sobreviver
O que quero é só viver
Em paz se possível
Se não
Que ao menos me apaguem a luz
A conta tá alta
E assim não vejo tudo isso,
Nem nada disso.

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Solo II

Um solitário
Crescendo
Sem se cansar dessa vida
Sem amores
Sem amores vãos
Sem amores tristes e felizes
Seguindo
Vivendo
Sozinho
Cada dia, cada manhã,
e especialmente cada noite
Por querer
Não por medo
Mas sem explicação
Apenas por ter se acostumado
A ser só
Afasta-se das paixões
Dos amores
Dos amores vãos
De todos os amores
E vive
Solo

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Solo

Envelhecendo
Me acostumei
Com o único sentimento
Que homem nenhum deve se acostumar
Fui esquecendo de mim
Me abandonando
E querendo ser abandonado
Me acostumei a solidão
Me acomodei
Sozinho
E só hoje um novo sentimento surge
E me abre os olhos
Maldita tristeza
Que sempre foi minha companheira
Mas só agora mostrou sua face
De sofrimento
Me abandonando por aqui
Tristemente feliz
Solo

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Versos perdidos

Pobre desse poeta desgraçado
Encontra-se perdido
Em um mundo
Seu
Só seu
Sente-se traído
Por seus versos
Que enganando o pobre coitado
Deixaram-no só
Pobre poeta
Abandonado pela poesia
A criação deixa o criador
O filho sai de casa
O poeta é esquecido
E suas palavras, pensamentos
Encontram o vazio
O poeta perdido sem seus versos
O poema perdido sem vida
O poeta esquecido sem sua pena
Pobre desgraçado sem fé
Acabaram seus poemas
Acabaram seus versos
E secaram suas lágrimas

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Até logo

Toda despedida é triste
As que vão
e não voltam
Ou voltam logo
Cada lágrima que cai
Leva junto
Uma lembrança feliz
E dos momentos felizes
Nos despedimos, tristes
Se foi, espero que volte
Se ficar,
espero que lembre
De quem ficou
A chorar
E essa falta,
sozinho eu sinto
O amor de uma filha
e a preocupaçao de uma mãe
Foram,
e eu só disse
Até logo

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Crise do ser

Confuso
Perdido
Insosso
Permuto
Sozinho
Fico e calo
Preciso
Frio e colo
Peço
Faço e choro
Mudo
Ferido eu corro
Fujo
Fuga
Fugindo de mim
Fuga do ser
Sem querer
Mudo
Sem perceber
Fico
Sem mais notar
Desexisto
Sem existir
Sorrio
Sou rio
E sigo
Sem razão
Pondero
Com paixão
Compaixão
De um ser
Sem existência
Por fim
Fim

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Recortes

Aceitarás o amor como eu o encaro ?…
Eu te amo porque te amo
Consciente de ti, nem a mim sinto
A dor que já me não dói
Minha alma não tem alma
Peguei no meu coração
A pena escreve
Tenho tanto sentimento
Dentro do meu coração!
Do meu triste coração
Minhas mesmas emoções
Amar é a eterna inocência
Hei de morrer de amar mais do que pude

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Cego

Vendo o que eu queria ver
Imaginando o que eu queria
Imaginar
Sonhar os meus sonhos
Me iludindo aos poucos
Cego fui ficando
Enquanto crescia
E regredia ao puro
De personalidade ingênua
Tolo ou bobo
Me cegando do resto
Negando o que recebia
Perseguindo o que eu desejava
Sem alcançar nada
Me desiludindo devagar
E me ferindo aos poucos
Acordado de pesadelos,
fantasiados de sonhos
Ilusões ou devaneios,
até ali me seguiram
E eu sem perceber, segui
Quando me vi triste
Me acomodei
E nesse sentimento
Seguro eu me senti
Cego de todo o resto
Puro de outros sentimentos
E confortável com a dor
Na tristeza me acomodei
Cego de tudo

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Poema desregrado

Perco-me por minhas próprias palavras
Por linhas sinuosas, subida íngrime
Demônios na minha alma
Castigada
Sofrida, abandonada, sozinha
Perdida dentro de mim
Encontro-a em alguns copos,
Algumas doses
Doses de veneno
Assim são pensamentos
Cruéis, irreais, surreais
Imaginação
Um sonho gótico
Na escuridão do meu interior
Sem luz
Encontro-a
Com frio, com fome
Sozinha
Tortura-se minh’alma
E nessa angústia dela
Perdida está
Escuta rezas, preces
Orações
E ri-se
Da falsa fé
Do falso mundo
Perdida uma alma
Procura-se
Quem encontrar
Que lhe dê fim

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Metamorfose

Agora sou eu, amanhã também
Mas ainda sim diferente de ontem
E continuo sendo o mesmo estranho
Me transmodifico, transformo, reformo
Reformulo e me reconstruo
Me faço novo e renovo
O que é novidade
Não passa de coisa velha
Um preto e branco manchado de vermelho
Pintado, borrado
E modifico o eu
Do clichê, velho novo
Faço vida
E faço verso
Os mesmos versos que usei antes
Uso agora
Mudo a ordem e o velho se renova
Nem me conheço mais

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Sem inspiração

Quando a paixão acaba
E nem a tristeza nos resta
Quando seca a fonte
E até a musa some
Quando não há mais festa
E nem luar na noite
Quando nasce o sol
E você está olhando para o lado errado
Quando o vazio preenche os espaços
E nem o olhar brilha mais
Quando tudo chega ao fim
E você não tem um recomeço
Quando acaba a inspiração
E você se sente inútil
Um poema não tem final

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Por um dia pensei

Uma bala cravada no fundo da alma
Uma alma sozinha
Um andarilho e
Um pedido de socorro
Uma bala cravada
E toda uma vida seria mais fácil
Sem vida
Sem nada

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Helena

E fazendo inveja a Afrodite
Ou a Vênus
Ousou ser maior que qualquer
Uma das belas ou
Das riquezas
Mas a maior riqueza
Era seu amor
O que o jovem muito desejava
A deusa atendeu
O amor da doce Helena
Por uma guerra
Pela mais bela do mundo
Reis uniram-se
Deuses enfureceram-se
E pelo maior amor do mundo
O jovem morreu
História de tristezas
Como tristes são todos os amores
E tristes são todas as histórias
Um morto por amor
Vingança de reis
Ela morta por servas
A vingança assaz
Morreu o herói
Acabou-se o império
E o amor
Tudo o que constrói
Depois destrói

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Poema sem título

Na beira do lago sem fim
Com tão profundas tristezas
E errantes pensamentos
Como errantes cavaleiros de Cervantes
Em tempos bem antes
Do tempo que agora penso
E beirando esse lago
Doces alegrias, doces lembranças
Ilusões, desilusões afundam
Chegam tão fundo e
Entendem que fundo não tem
Esse lago de imaginação
Estático, parado
Como parada é a vida
Um lago vazio, um lago sem água
Um lago que não se parece com lagos
Mas lago é
E como vidas que não se parecem com vidas
Mas vidas são
E como o tempo que passa
E não entendemos que quando passa
Não mais existe
E assim não vivemos o que temos
E deixamos passar o presente
Que não mais existe
Como a água do lago
Não que secou a água
Mas nunca teve água o lago

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D’alma

E entre tantas almas perdidas
A minha é só mais uma
Só mais uma alma
Que não quer
Salvação
Salvação
Perdição
Mais palavras
E não passam disso
Somente palavras o são
E essas, poucas palavras soltas

E minh’alma so quer uma palavra
Descanso

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Versos mudos

E tiro da solidão alguns poucos versos
Talvez versos tristes
Talvez apenas sozinhos
Ás vezes nem versos são
Ás vezes também nem rima tem
E as rimas choram
E por dentro o coração sente
E por fora os olhos mostram
E tudo é tão estranho
Tão diferente
Tudo muda
Então mudo eu
Mudo fico
E a solidão que anestesia
Faz doer
Faz chorar
E então me acostumo
Não se caem lágrimas
Não se abrem lábios
Não se mostram risos
E fico mudo de novo
Não falo
Escrevo
Com sentimento
Sem sentimento
Consetimento para escrever
Para me mostrar em versos
Eu versus eu
E então não escrevo mais nada

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E finalmente de volta. E nada melhor para falar do que mulher. Claro que logo hoje não poderia escrever sobre mais nada. Hoje o dia é delas, e sem piadas que os outros dias são nossos, porque para bem da verdade, todos os dias são delas e o dia de hoje, é apenas mais especial que os outros. Mulheres são mães, amazonas, irmãs e filhas, amantes, professoras nossas, amores platônicos, conquistadoras, são Helenas e Atenas. Tem-se tanto a dizer sobre elas, tão poucas linhas, mas tanto medo. Porque outra verdade, e escancarada, é que nós temos medo de vocês, é o medo que tentamos superar para dar um oi, ou um simples bom dia. O medo que tentamos superar para convidá-las para jantar, ou sair para tomar um chopp, medo de dizer eu te amo e depois nos vermos sozinhos, medo de ouvir eu te amo e não poder corresponder como vocês merecem. É um barreira que quebramos todos os dias, um fronteira desconhecida e sem volta, e mesmo com esse medo, sempre quebramos. Só tenho que dizer Parabéns a todas vocês Mulheres.

“…Para conquistar uma mulher,
mais que ser este amante, há de se querer o amanhã,
e depois do amor um silêncio de cumplicidade…
e mostrar que o que se quis é menor do que o que não se deve perder.

É esperar amanhecer, e nem lembrar do relógio ou café… Há que ser mulher,
por um triz e, então, ser feliz!

Para amar uma mulher, mais que entendê-la,
mais que conhecê-la, mais que possuí-la,
é preciso honrar a obra de Deus, e merecer um sorriso escondido, e também
ser possuído e, ainda assim, também ser viril…

Para amar uma mulher, mais que tentar conquistá-la,
há de ser conquistado… todo tomado e, com um pouco de sorte, também ser
amado!”
Salve Drummond.

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